Homem põe olho à venda para alimentar família

Um iraniano decidiu por à venda um olho para conseguir comer, seis meses depois de já ter vendido um rim por dois mil dólares (1780 euros).

A luta para fugir à pobreza extrema no país está a levar ao crescimento do mercado negro de venda de órgãos.

“Olho à venda”, titulava na último sábado, o diário iraniano Shahrara. Contava a história de um homem, que recusou identificar-se – pediu apenas que lhe chamem “M” – mas que assumiu que pintou o anúncio em várias paredes da cidade.

“Sou analfabeto e não tenho trabalho. Tenho que assegurar as despesas da minha mulher e dos meus três filhos. O meu olho é teu, podes fazer o que quiseres com ele”, terá dito o homem a um potencial comprador, com quem se encontrou numa paragem de autocarros.

O negócio não se terá concretizado, mas apenas porque “M” não concordou com a verba que lhe foi oferecida, qualquer coisa como 670 dólares (cerca de 600 euros). “Há seis meses, vendi um rim por dois mil euros (1780 euros). Agora estou sobre grande pressão financeira, pelo que estou disposto a vender o meu olho por essa mesma quantia”, justificou o homem.

Assumindo a pobreza extrema em que vive, “M” destaca que para ele “não há qualquer esperança”. “Mas não quero que os meus filhos cresçam na rua. Que diferença me faz ter um só olho”, questiona-se, acrescentando que “estaria disposto a vender a própria pele”.

Segundo aquela publicação, citada pelo diário “El Comercial” da Argentina, nos últimos tempos é muito comum no Irão a venda de órgãos, como rins e fígados ou mesmo de sangue. Tudo para escapar à pobreza extrema.

“Novo mercado de compra e venda de globos oculares”, “Vendem-se rins com desconto”, “Medula óssea à venda” são alguns dos anúncios colocados na Internet pelos vendedores de órgãos. Mas estes estão também, em muitos casos, pintados nas paredes de várias cidades.

Jornal de Noticias