07.12.2022 –
A denúncia é feita pelo Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar. Quando o INEM chegou ao local, o homem de 64 anos já estava em paragem cardíaca. Ainda foram feitas manobras de reanimação mas o óbito acabou por ser declarado no local.
Os técnicos garantem que vão exigir ao ministro da Saúde que tome medidas e defendem que o conselho de administração do INEM não tem condições para continuar a dirigir o instituto.
Na segunda-feira chegou a haver 149 chamadas já passadas pela Linha 112 em espera para serem atendidas na central de emergência do INEM.
Neste caso de Setúbal, a primeira equipa de emergência só foi enviada 1h16 depois do pedido de socorro, tendo chegado ao local pelas 12h05, duas horas após o pedido de ajuda.
Rui Lázaro sublinha que o sindicato tem recebido várias denúncias sobre os atrasos na prestação de socorro de emergência médica e que as mais recentes denúncias “têm batido todos os recordes”.
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) esclareceu entretanto que foram realizadas quatro tentativas de devolução de chamadas relativas ao caso de um homem que esperou duas horas na segunda-feira, em Setúbal, e acabou por morrer no local.
De acordo com o INEM, o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) conseguiu “estabelecer contacto numa quarta tentativa”, pelas 11:15, “contacto previsto no protocolo após as tentativas iniciais por forma a maximizar as hipóteses de atendimento”.
O INEM indica que o sistema de `callback` (retribuir chamada, em tradução livre) registou apenas uma chamada não atendida às 10:06, tendo sido iniciado o processo de devolução da chamada três minutos depois, segundo o protocolo.
De acordo com o protocolo, foram feitas “mais duas tentativas, de 10 em 10 minutos, não tendo qualquer uma destas chamadas sido atendida”.
“Foi efetuada a triagem clínica da situação e acionada, pelas 11:22, uma Ambulância de Socorro dos BV Águas de Moura. Pelas 12:05, os Bombeiros efetuam a passagem de dados ao CODU, dando conta que o utente se encontrava em paragem cardiorrespiratória (PCR). O CODU acionou imediatamente a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de Setúbal”, prossegue.
“A vítima recebeu a assistência médica pré-hospitalar necessária, mas, infelizmente, não foi possível reverter a PCR sofrida, tendo sido verificado o óbito pela equipa médica da VMER”, indica.
O INEM lembra ainda que “o sistema de `callback` foi criado com o objetivo de impedir que qualquer chamada realizada para o CODU fique sem atendimento”.
“Este sistema permite recuperar chamadas desligadas ou que “caíram” por motivos técnicos antes de serem atendidas. Neste caso, foi seguido o protocolo definido”, acrescenta, lamentando “profundamente o desfecho que a situação veio a conhecer e apresenta[ndo] aos familiares da vítima sentidas condolências”.