Três anos depois da sua chegada, a Troika deixa Portugal, no dia de hoje. Mas, o que “sobrou” depois deste “furacão” que entrou no país e nada deixou de mexer?
Depois da assinatura do memorando, Portugal precisou de doze avaliações para poder recuperar um pouco da sua soberania. Mas – certamente – depois desta passagem da Troika, nem Portugal, e muito menos, os portugueses são os mesmos!
Na economia, apesar da “saída limpa” decretada por Pedro Passos Coelho e seus Governo, ficaram objetivos por cumprir, falhou-se algumas vezes nas metas definidas e aconteceram obstáculos aos quais o Governo teve que contornar. Saída limpa, sim, mas com a convicção de que o país não pode “relaxar”…
Na educação, a vassourada foi de tal ordem que a equipa liderada por Nuno Crato teve de encerrar muitas escolas, diminuir o número de turmas, de professores e, bem como o aumento das horas de trabalho. Os professores foram das classes profissionais, uma das que mais ficou descontente com a abrangência do plano de atuação Governamental.
Na justiça, de tudo um pouco foi “tocado” pelas mãos da Troika. O novo Mapa Judiciário, por exemplo, é uma área de atuação sensível, que – mesmo contra a vontade de muitos – teve que ser encarada de frente…
Na saúde, Paulo Macedo, que há muito provou ser um bom gestor, teve que “cortar excessos”. As despesas podem ser bem menores do que eram antes, mas – certamente – os utentes estão bem menos satisfeitos com as vertentes oferecidas pelo SNS.
Quanto ao trabalho, por fim, os direitos dos trabalhadores foram diminuídos, substancialmente, o mercado tornou-se mais “flexível” e o desemprego – embora pareça estagnado, tendo passado a pior fase – continua sendo o “calcanhar de aquiles” da Governação. Para muitos, muitíssimos, o que restou… foi a emigração!