Henrique Neto e Paulo Morais demitiriam governos por endividarem país

Os candidatos presidenciais Henrique Neto e Paulo Morais demitiriam governos em caso de endividamento excessivo do país e incumprimento das metas relativas ao défice, assumiram ambos em debate radiofónico na Antena1 com todos os concorrentes.

“Teria demitido o Governo de Sócrates, em relação ao qual protestei, por causa do endividamento. Passos Coelho, não”, afirmou o empresário e militante socialista Henrique Neto quando questionado sobre se o incumprimento do défice estipulado pelo Tratado Orçamental seria razão para a saída de cena de um executivo.

O engenheiro Paulo Morais também foi taxativo, pois “tinha demitido um e outro [Sócrates e Passos Coelho] ao fim de um ano” porque um primeiro-ministro não pode mentir.

Os 10 candidatos foram unânimes face ao calendário eleitoral preconizado pelo atual Presidente da República, queixando-se de que a proximidade dos sufrágios legislativos e presidenciais prejudicam o debate e a democracia, tendo sido preferível antecipar as eleições para a Assembleia da República.

O antigo reitor da Universidade de Lisboa Sampaio da Nóvoa afirmou tratar-se de uma “insensatez” pronunciar-se antecipadamente sobre decisões como a demissão de governos ou dissolução do parlamento, mas admitiu ser uma hipótese no caso de uma crise política como a do verão de 2013 e a “demissão irrevogável” do posterior vice-primeiro-ministro, Paulo Portas.

“Não há dissoluções ou demissões antecipadas e não se deve sequer especular porque isso traz dificuldades ao governo em funções”, disse o comentador e antigo líder do PSD Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que a Constituição Portuguesa “vale mais que todo o direito europeu”, nomeadamente em termos de metas orçamentais.

Fonte: Lusa