Há muito que as preocupações ambientais sobre os Concelhos de Cantanhede e Mira ultrapassaram as barreiras locais e regionais. O país olha para o problema e, desta vez, coube à Deputada Heloísa Apolónia e “Os Verdes” procurarem saber no terreno o que está a acontecer…
Foi na passada segunda-feira, 29 de Maio, que uma comitiva d’ “Os Verdes” esteve junto à ETAR das Cochadas (Freguesia da Tocha, Concelho de Cantanhede) e na Barrinha da Praia de Mira (Concelho de Mira) e pôde sentir o pulso à situação tendo, Heloísa Apolónia, deixado a garantia de que transmitirá “ao Governo e, em particular, ao Ministério do Ambiente, as preocupações das populações e dos empresários que estão a ser fortemente penalizados”.
Primeiro nas Cochadas e, posteriormente, em passagem pelo Casal de São Tomé (numa rápida passagem) e pela Praia de Mira, Heloísa Apolónia foi notificada sobre as diversas opções que estão em cima da mesa para a solução do grave problema ambiental que já se faz sentir e as opiniões dos diversos intervenientes, como Fernando Pais Alves (JF Tocha), Rogério Guímaro (empresário) e Francisco Reigota (JF Praia de Mira).
A Deputada afirmou à reportagem do Jornal Mira Online que “Os Verdes, de uns tempos a esta parte, assumiram como prioridade e de uma forma mais enérgica, as questões da qualidade ambiental e da poluição. Nosso objetivo, com esta visita, é o de procurarmos mostrar ao Governo português que o que aqui está a acontecer é algo muito preocupante! Aliás, já enviamos, há algum tempo, uma questão direcionada ao Ministério do ambiente… e a resposta, a nosso ver, foi bastante “redonda”, utilizando termos bastante genéricos sem, no entanto, ir mais “a fundo” na questão. Por isso vamos novamente atuar, perguntar e exigir uma resposta mais concreta do Ministério…”
Quanto à situação vivida por empresários, cujos projetos foram “colocados definitivamente em causa” – referia-se, naturalmente ao caso concreto do empresário e ambientalista Rogério Guímaro, dentre outros que possam vir a sofrer perdas neste processo – a deputada não comprometeu-se para além de “levar, dentro desse dosssier, a questão ao Ministério”, preferindo enfatizar a ação do partido no sentido de que “tanto estas como outras populações, um pouco por todo Portugal, tenham os seus reais problemas vistos de uma forma séria por quem de direito”.
Dos autarcas das Juntas de Freguesia da Tocha e da Praia de Mira, Heloísa Apolónia chegou a ouvir, da voz de Fernando Pais Alves um sério aviso, onde este garantiu que “enquanto estiver à frente da Junta de Freguesia da Tocha, veremos se, e como, esta Mega-ETAR que está programada irá para a frente”, deixando no ar que pode vir a bater com a porta caso a solução final não seja, na sua ótica, “uma verdadeira e duradoura solução”.
Tanto o autarca da Tocha como Francisco Reigota foram unânimes na conclusão de que as medidas mitigadoras são claramente insuficientes. Reigota, aliás, afirmou à reportagem do Jornal Mira Online não estar “nada otimista” neste momento, “uma vez que o problema é hoje ainda mais grave que há alguns meses”. Para o autarca da Praia de Mira, “na verdade, isto está pior que há 2 anos atrás, uma vez que pouco ou nada foi feito no sentido de se resolver o problema. Mira devia ter atuado nos seus pequenos problemas locais no que se refere a este assunto e não o fez. Por isso, não compreendo que seja um empresário a ter de “fazer barulho” quando isto caberia às duas Câmaras Municipais… penso, até, que o Presidente da CM Mira se sinta um tanto quanto “inibido”, dada a proximidade política com Cantanhede e, isto acaba por fragilizar o nosso Concelho”.
Por fim, o autarca garante ser “totalmente contra uma eventual Mega-ETAR”, Francisco Reigota pensa que “com esta solução só estaremos a transferir o problema. Imaginemos que, um dia, a tal Mega-ETAR falhe… se isso acontecer, onde se descarregará?”
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Jornal Mira Online