Helena Teodósio demitiu-se do cargo de vice-presidente da Comissão Política Distrital de Coimbra do PSD, decisão que, segundo a própria, “está tomada desde o encerramento do processo de constituição da lista candidata às eleições legislativas do passado dia 6 de outubro e que só não foi entretanto tornada pública para não prejudicar a campanha e o resultado eleitoral do partido”.
A até agora número dois do órgão presidido por Paulo Leitão refere que não avançou antes com a demissão porque não quis “causar o mínimo sobressalto ao trabalho de mobilização que era necessário fazer para que o PSD-Coimbra viesse a alcançar uma expressão eleitoral condizente com a história da sua forte implantação a nível distrital”. E sublinha:“fiz questão de cumprir escrupulosamente o meu compromisso de lealdade para com a Comissão Política Distrital”, sendo “precisamente esse compromisso de lealdade que me leva a formalizar agora a demissão, invocando para o efeito as razões inerentes às críticas que formulei, em sede própria, ao modo como estava a ser constituída a lista de candidatos”.
Na carta enviada ao presidente da Mesa da Assembleia Distrital, a presidente da Câmara de Cantanhede admite que tenha havido “circunstâncias conjunturais que concorreram para que resultado eleitoral do PSD no distrito de Coimbra tivesse sido bastante mais penalizador do que o registado a nível nacional”, mas considera que o processo de constituição da lista “não pode deixar de ser incluída no inventário dos fatores que conduziram ao desfecho que se conhece”.
Helena Teodósio afirma-se “de consciência absolutamente tranquila, não só porque fiz o que estava ao meu alcance para que tivesse sido estabelecida uma estratégia conducente a uma votação expressiva, mas também porque me empenhei, conjuntamente com a Comissão Política Concelhia, em fazer passar a mensagem do PSD no contacto direto com as pessoas, o que, creio, muito contribuiu para a vitória em Cantanhede, um dos dois únicos concelhos do distrito em que isso aconteceu”.
Por essa razão, diz que defendeu no âmbito da Distrital, “que uma estratégia ganhadora teria de passar por escolhas mobilizadoras para voltar a ganhar a confiança dos eleitores e não por uma lógica de preenchimento de lugares em função de certo tipo de influências, quando não mesmo de imposições”. No seu entender “antes de se decidirem os nomes, deveria ter sido definido um perfil ideal dos candidatos a submeter a sufrágio, no pressuposto de que com esta nova abordagem, seria possível corresponder melhor às expetativas dos eleitores”.
Segundo Helena Teodósio, o processo acabou por ser “muito condicionado pela falta de critérios que permitissem ultrapassar as “dinâmicas de capelinha” que têm marcado a constituição das listas concorrentes às eleições legislativas, dinâmicas essas que de resto ajudam a explicar o declínio da implantação do PSD no distrito de Coimbra, conforme se tem visto nos últimos atos eleitorais”.
A terminar, a autarca de Cantanhede refere que esteve “sempre muito consciente das dificuldades em inverter essa tendência”, mas que foi para isso mesmo que aceitou ser vice-presidente da Comissão Política Distrital, “confiando que estava a participar no início de um novo ciclo que haveria de levar o PSD à expressão eleitoral que já teve no distrito”. Manifestando-se desiludida, diz que vai continuar a sua intervenção política a nível partidário, “de acordo com os valores do PSD em que se revê e que sempre defendeu”.
A demissão de Helena Teodósio da vice-presidência da Distrital do PSD mereceu já o apoio incondicional da Concelhia de Cantanhede, que alega para o efeito a sua total concordância com os argumentos aduzidos, em sintonia com as posições tomadas conjuntamente sobre o processo de constituição da lista candidata às eleições legislativas pelo distrito de Coimbra.
A Comissão Política da Secção de Cantanhede