Assistiu ao primeiro evento de magia no ventre da sua mãe. Aos quatro anos fez a sua primeira atuação, no infantário. Acredita que a magia já nasceu consigo ou foi um gosto adquirido?
Definitivamente, como estive exposto desde que nasci, de alguma forma acho que já nasceu comigo. Mas,seria muito fácil deixar esta área se não tivesse ganhado gosto ao longo dos primeiros anos. Talvez uma mistura das duas respostas seja na verdade a resposta correcta.
Tem recebido vários prémios ao longo da sua carreira. Em 2004, tornou-se o primeiro português a ganhar o Prémio Ascanio, o mais prestigiado prémio espanhol nesta área. Que balanço faz do seu percurso até agora e do reconhecimento que tem recebido?
É bastante positivo, mas o importante é continuar. Acho que qualquer reconhecimento é apenas uma locomotiva para continuar a trabalhar e a explorar este universo artístico em que me encontro.
Em Agosto de 2006, sagrou-se “Campeão Mundial de Magia com Cartas”, em Estocolmo, tornando-se, assim, o primeiro mágico português a entrar na lista de Campeões Mundiais de Magia. O que é que, na sua perspetiva, faz de si uma das maiores referências atuais do ilusionismo?
Possivelmente, apenas e só trabalho. Não acredito em talento inato nem em genialidade, por isso considero que apenas trabalhei mais e de melhor forma do que a maioria. Talvez esteja enganado, mas é aquilo em que acredito.
Reparte a sua vida entre Los Angeles (onde vive) e a percorrer o mundo a apresentar espetáculos. Acha que teria o mesmo reconhecimento se, em vez de se mudar para Los Angeles, tivesse ficado em Portugal?
Não, aqui em LA existem mais oportunidades e claro que isso propicia outro tipo de reconhecimento. Mas, como tudo, as oportunidades também não estão disponíveis para todos. Acho que é preciso ter um certo nível para pode ter certas oportunidades.
O panorama do ilusionismo português é propício ao crescimento de jovens ilusionistas?
Não sei qual é o panorama agora porque, honestamente, não acompanho.
De 14 a 17 de Janeiro apresentou, no Porto, “Verso”, o seu novo espetáculo de magia. Como foi o regresso às origens?
Foi espectacular. Adoro o Porto e foi muito bom regressar para poder estrear um novo projecto.
Por fim, quais os seus projetos futuros ao nível do ilusionismo?
Estou neste momento a terminar o Borrowed Time, um projecto que esteve em cena em Los Angeles durante 4 meses, com casas esgotadas e que foi escolhido pelo LA Times com a honra de Critics’ Choice. Agora estou a trabalhar noutro projecto para o final do ano. Não gosto muito de falar antes das coisas acontecerem, acho que o melhor é esperar para ver e então sim podemos falar.
Joana Veríssimo, aluna de Jornalismo na UC