09.11.2023 –

Numa época marcada por uma subida generalizada do preço da habitação e das taxas de juro, os dados do primeiro Barómetro da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) mostram que os portugueses têm dificuldade em fazer face aos custos mensais com a habitação.

Este primeiro Barómetro dedica-se à análise do tema da habitação, e mostra que, não obstante fortes diferenças regionais, os agregados que têm custos com a casa (51%) despendem, em média, 573 euros mensais fixos com o empréstimo ou a renda, e os arrendatários do setor privado são aqueles com custos mais elevados (679 euros por mês).

Sublinha-se que 62% destes agregados, ou seja, 6 em cada 10 pessoas, sentem algum grau de dificuldade em fazer face aos custos mensais com a habitação, e 13%, ou seja, 1 em cada 8, sentem mesmo grande dificuldade em pagar as despesas.

No que respeita aos fatores essenciais para a escolha da habitação, mais de metade dos inquiridos aponta a importância de ser uma casa que possam pagar. Em 2º lugar, referem a boa acessibilidade e transportes e, em 3º, a proximidade ao local de estudo ou trabalho. A qualidade da habitação surge apenas em 4º lugar.

Depois de, em julho deste ano, ter divulgado o policy paper “A crise da habitação nas grandes cidades” e, em 2022, o estudo “O Mercado Imobiliário em Portugal”, a FFMS aumenta agora o volume de dados disponíveis sobre este setor através deste primeiro Barómetro da Fundação, que sondou mais de mil pessoas, num inquérito executado pela DOMP, S.A., que resultou num relatório da autoria de Alda Azevedo (ICS-ULisboa) e João Pereira dos Santos (ISEG).

André Manuel Mendes/Executive Digest