Na primeira semana de pesca da sardinha, os pescadores não apanharam grande quantidade, mas garantem que não há falta da espécie no mar.
No Porto de Portimão descarrega-se a pesca do dia. Na última sexta-feira, não foi grande coisa. “Está fraca, há muita cavala miúda na costa e a sardinha é pouca”, diz Manuel João, pescador na traineira Rio Mira, que explica que o peixe que não tem tamanho tem que ser deitado ao mar.
Fernando Duarte, mestre do barco Ano de Cristo também se queixa da última pescaria, embora tenha esperança de que tudo vá melhorar porque há sardinhas no mar. “O dia pior foi hoje, só apanhámos uma dorna, 200 e poucos quilos de sardinha”.
Durante a última semana, depois de terem começado a pesca na segunda-feira, os homens do mar foram novamente obrigados a fazer uma paragem na quarta feira e o mestre queixa-se:” Nós precisamos é de trabalhar”.
Há outras restrições: os barcos também não podem ir para o mar aos sábados, domingos e feriados nacionais.
Mas depois de tanta polémica sobre o estado do stock, há ou não há sardinha?
“Creio que há muita sardinha, não é como eles dizem”, afiança um pescador, garantindo que vê no mar muitos exemplares da espécie.
Também o mestre Luís Pedro garante que existe sardinha – um peixe que depende de muitas variáveis. “As águas, as correntes marítimas, é que fazem com que haja sardinha”, diz. Este pescador apenas teme a possibilidade da paragem obrigatória da pesca da sardinha prolongar-se por mais do que alguns meses.
Já o mestre Fernando Duarte garante que ee não há mais sardinha, deve-se aos golfinhos, mamífero que come a espécie e afugenta o peixe.
Depois de descarregadas, as dornas de sardinha vão para a lota e cada tripulante do barco ganha de acordo com o preço dado pelos compradores. Segundo os pescadores, na primeira semana de pesca, a sardinha foi pouco valorizada: “Vendemos a sardinha a 70 e 80 cêntimos e na praça está a 7 ou 8 euros!”.
Na lota, os compradores vão vendo as caixas de sardinha a chegar e não estão a dar mais de 2 euros por quilo. Mesmo assim, tentam rebater os argumentos dos pescadores, alegando que pagam mais barata a sardinha que não é para consumo, só serve para conserva.
Os pescadores portugueses podem pescar uma quota total que pouco ultrapassa as 4.800 toneladas até final do mês de julho.
O mestre Fernando Duarte acredita que o stock está em bom estado e o Governo poderá aumentar um pouco a quota estabelecida.
Resta saber o principal: a sardinha já está boa e a pingar? “Estão boas para comer, mesmo boas”, assegura um pescador. “Estão ótimas, maravilhosas, já”, garante outro.
Lusa