Greve na FIAT depois da contratação de Ronaldo

Os trabalhadores da FIAT consideram inaceitável que a empresa, que também é proprietária da Juventus, continue a pedir sacrifícios aos trabalhadores enquanto gasta milhões para comprar um jogador.

“Enquanto os trabalhadores e as suas famílias apertam o cinto cada vez mais, a empresa decide investir muito dinheiro num único recurso humano”, pode ler-se no comunicado da Uninone Sindacale di Base .

A família italiana Agnelli, dona da Fiat, é também proprietária da Ferrari, de publicações como The Economist, Corriere della Sera e La Stampa e, ainda, do clube de futebol Juventus – que anunciou, esta terça-feira, a contratação de Cristinao Ronaldo ao Real Madrid.

Os trabalhadores da Fiat consideram que “é inaceitável” que enquanto continuam a pedir-lhes “enormes sacrifícios económicos” gastem “centenas de milhões de euros para a compra de um jogador”.

“Esse tratamento desigual não pode e não deve ser aceite”, escrevem no comunicado, onde acrescentam que “os trabalhadores da Fiat ajudaram a construir a fortuna da empresa durante pelo menos três gerações” e, “em contrapartida, sempre receberam uma vida de miséria”.

O sindicato sublinha que a FIAT deveria “investir em modelos de carros que garantam o futuro de milhares de pessoas ao invés de enriquecer apenas um”. “Este deve ser o objetivo de quem coloca os interesses de seus funcionários em primeiro lugar”, acrescenta.

A greve na FCA di Melfi vai afetar a empresa na próxima segunda-feira.

Fonte: TSF

Foto: REUTERS