Até 4 mil portugueses e luso descendentes já regressaram à Madeira. Estimativa de custos só dentro de duas semanas. “São bem-vindos. Já sofreram muito e precisam agora do nosso apoio”, diz o MNE.
A terceira reunião entre as delegações do Governo Regional e dos representantes do executivo central identificou algumas das questões relacionadas com o regresso dos portugueses vindos da Venezuela.
“Os cidadãos portugueses e lusodescendentes que estão a regressar a Portugal e em particular à Região Autónoma da Madeira são bem-vindos. Temos o dever, a responsabilidade de trabalhar em conjunto para que as condições do seu acolhimento e integração sejam as melhores possíveis. Já sofreram muito, precisam agora do nosso apoio”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, depois do encontro no Palácio das Necessidades, em Lisboa.
Algumas das questões prendem-se com apoios para a reabilitação de casas, reconhecimento de habilitações e contagem do período de carreira contributiva, entre outras.
Augusto Santos Silva sublinhou ainda a necessidade de prever a “sobrecarga no sistema regional de Saúde”.
Em declarações aos jornalistas, o secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Europeus, comprometeu-se a apresentar, dentro de duas semanas, uma estimativa sobre as necessidades da Madeira para responder ao regresso dos emigrantes.
As autoridades madeirenses encaram este regresso como “temporário”, dadas as condições de instabilidade política, económica e social na Venezuela.
Mesa de diálogo proposta por Maduro pode vir tarde
“Todas as medidas que favoreçam o diálogo são bem-vindas. Evidentemente que há um tempo para as fazer”, comentou o ministro dos Negócios Estrangeiros, questionado sobre a proposta do Presidente venezuelano.
Nicolás Maduro propôs hoje que seja criada uma mesa de diálogo com a oposição antes das eleições para eleger os candidatos à Assembleia Constituinte, previstas para domingo.
Santos Silva renova a ideia de que, na leitura da União Europeia, a convocação de eleições antecipadas “tem efeitos negativos para o processo de diálogo e seria muito mais construtivo que a Venezuela realizasse o calendário eleitoral que estava estabelecido”.
“É uma medida que prejudica o clima necessário para que haja um compromisso político”, disse o ministro.
Fonte: TSF
Foto: Homem de Gouveia/Lusa