A Guarda Nacional Republicana (GNR) anunciou que vai destacar 2.900 militares para a operação de segurança do Rali de Portugal, de quarta-feira a domingo, tornada ainda mais complexa devido à pandemia de covid-19.
Numa conferência de imprensa hoje realizada no Comando Territorial do Porto, o comandante João Fonseca explicou aos jornalistas que perto de três milhares de militares vão apoiar a segurança e trânsito dos pilotos, mas também controlar a presença do público nas zonas autorizadas para o efeito.
“Portugal tem, historicamente, um grande volume de aficionados, o objetivo é que a prova decorra em segurança, levar os espetadores para as zonas de espetáculo, contê-los nas zonas de espetáculo e conseguir o sucesso do rali”, explicou.
Segundo o comandante, a operação tem vindo a ser planeada “há meses”, junto da organização da prova, a cargo do Automóvel Clube de Portugal (ACP), e arranca na quarta-feira, um dia antes do início oficial da corrida.
A GNR, que estará em todos os troços classificativos, apela “ao bom senso, civismo, e responsabilidade de todos”, para que não coloquem em causa a realização do evento.
Para isso, estará nas zonas onde o público é autorizado, fazendo cumprir não só as normas sanitárias como de lotação, definidas pela regra de uma pessoa por cada oito metros quadrados.
Segundo Francisco Martins, da Divisão de Trânsito e Segurança Rodoviária, o objetivo não é que as pessoas ‘fujam’ das zonas autorizadas para outras, uma vez que isso pode colocar em causa a realização daquela especial, por ordem da Federação Internacional do Automóvel (FIA), que supervisiona o Mundial de ralis, mas antes “que se cumpram as regras impostas pela Direção-Geral da Saúde”.
“O que apelamos às pessoas é que cumpram escrupulosamente as regras dos militares no terreno. Quando o limite for alcançado, não deixaremos entrar mais ninguém. (…) Não adiantará anteciparem-se à operação da GNR”, avisou o militar.
Segundo Francisco Martins, não será permitida a venda de comidas e bebidas nas zonas de espetáculo e estarão no local militares para gerir a lotação e entrada nos espaços, pelo que “quem os tentar ocupar antes corre o risco de ter de sair e situar-se na fila de ingresso do local”.
O diretor da prova, Horácio Rodrigues, disse que era “impossível realizar este rali” sem aquela força de segurança e que, depois de um ano em que a prova foi cancelada, será imprescindível “cumprir as normas” para não comprometer o evento.
“Meia hora antes do primeiro concorrente [sair para a estrada], passa o delegado de segurança da FIA. Se vir que não tem segurança, pega no rádio e diz que aquele troço não se faz. Torna inglório todo o esforço que foi feito”, afirmou.
O diretor lembrou a oferta de transmissão televisiva, “mais do que é normal”. “Também se pode ver muito bem o Rali em casa”, observou.
Nem a GNR, nem a organização avançaram com números concretos para a lotação dos espaços, apenas que foram calculadas as lotações por área, algumas com capacidade para centenas de pessoas e outras menos, disponibilizando depois a informação de lotação em tempo real em cada zona de espetáculo através de várias plataformas de comunicação.
“Existem regras específicas para aglomerados e excessos de pessoas que não coabitem. Existem distâncias de segurança a ser cumpridas, uso obrigatório de máscara”, alertou Francisco Martins.
Segundo o militar, no fim de semana, a prova passará por concelhos que não estão na mesma fase de desconfinamento do que a generalidade do país, pelo que as regras serão “adequadas.