O comboio que descarrilou na sexta-feira na Galiza seguia a 118 quilómetros/hora numa via secundária com limite de velocidade fixado nos 30 quilómetros/hora, e o maquinista recebeu diversos avisos para abrandar, confirmou um tribunal galego.
Fonte oficial da espanhola Renfe disse hoje à Lusa que a velocidade limite para circulação em vias secundárias é de 30 quilómetros, e que esta é uma regra geral aplicável a todas as vias secundárias.
Um técnico da comissão de investigação de acidentes ferroviários, Edmundo Parras, tinha indicado hoje, que “tudo aponta para excesso de velocidade” como causa do acidente ferroviário de sexta-feira em O Porriño, Galiza, que matou quatro pessoas e deixou feridas dezenas.
Parras falava à entrada do tribunal de O Porriño (Pontevedra, Galiza, Noroeste de Espanha), onde hoje de manhã foram abertas as caixas negras do comboio.
As caixas negras do comboio – que fazia o trajeto Vigo-Porto, operado conjuntamente pela CP e pela espanhola Renfe – foram abertas na presença de representantes da CP, da Renfe e das gestoras das redes ferroviárias de ambos os países, a portuguesa Infraestruturas de Portugal e a espanhola Adif.
O equipamento recuperado do sinistro regista as velocidades do comboio, as distâncias e os sinais que recebeu.
No entanto, não grava sons nem conversações na cabina do maquinista, apenas as comunicações com o posto de comando de Ourense, segundo explicou na segunda-feira o presidente do comité de empresa da Renfe em Pontevedra, Luis Mariano de Isusi.
O comboio descarrilou às 09:25 de sexta-feira (08:25 em Lisboa), com mais de 60 passageiros e tripulação a bordo. O maquinista, português, e dois outros elementos da tripulação, ambos espanhóis, morreram no acidente, bem como um turista norte-americano.
Cerca de meia centena de passageiros ficaram feridos no acidente, no qual um dos vagões ficou completamente tombado e outros dois semi-tombados.