Raul Almeida recebeu representantes dos funcionários dos CTT, que lhe apresentaram um quadro negro do atual momento daquela empresa, tanto a nível local como nacional.
“A falta de trabalhadores e a desorganização da gestão dos CTT são as principais causas do mau serviço prestado pela empresa” é o que se pode ler num panfleto-manifesto distribuído pelo sindicato e que foi corroborado pela comissão de trabalhadores que se reuniu com o autarca mirense.
Esta é uma ação que tem sido desenvolvida em vários municípios – apresentar às autoridades locais os argumentos que levaram os trabalhadores à greve parcial – e visa, essencialmente, dar ainda maior visibilidade para a luta que travam “por um CTT mais justo para funcionários e populações”.
Da parte de Raul Almeida receberam “total compreensão e apoio” e a garantia de que o Município fará chegar à administração da empresa, “uma reclamação formal” pois, segundo o próprio, “a Câmara Municipal já tem feito reclamações sobre a qualidade – ou a falta dela – nos serviços que os CTT nos prestam” e esta reunião, ainda segundo o edil mirense, “reforçou-nos a ideia de que muito há por mudar para que a qualidade volte a ser evidenciada como foi por tantos anos. Trata-se de um serviço público e, como tal, deve ser desenvolvido da melhor forma possível em prol das populações… neste caso em concreto, das do Concelho de Mira”.
Da parte dos funcionários recebidos pela autarquia, a reportagem do Jornal Mira Online conseguiu a confirmação de que saíram “esperançados da reunião, tanto com a solidariedade demonstrada, tanto pelo facto de sabermos que o sr. Presidente tentará fazer algo para que esta situação possa se reverter… dentro, é claro, das possibilidades que possam existir!”.
Quanto à privatização dos CTT, os funcionários acreditam que “é um assunto complexo e que terá de ser colocado em outra altura”, garantindo que “conhecendo a realidade atual, sabemos que, por mais boa vontade que autoridades locais e população em geral possam ter pela nossa causa, este não será o momento em que o Governo irá atentar para a privatização, este grande erro que foi cometido e que, acreditamos, num determinado momento será revertido”.
A “enorme sobrecarga de trabalho, uma vez que os CTT não contratam pessoas para substituir quem está de baixa ou de férias” – e isto acontecia naturalmente antes da privatização – é um dos vários argumentos apresentados como “reveladores do descaso com que somos tratados pela empresa” segundo os mesmos, que garantem que “muitos giros estão sobrecarregados” em Mira, uma vez que existem apenas “5 carteiros e 2 elementos que fazem o expresso, vindos de Cantanhede… lá, como cá, a falta gritante de pessoal asfixia o trabalho e aumenta sobremaneira as justas reclamações de quem se serve do trabalho que os CTT prestam”
Francisco Ferra / Jornal Mira Online