“Fizemos o 25 de Abril, sim, mas está a faltar-nos fazermos mais cidadãos!”

26.4.2023 –

Nem só de cravos falou-se no 25 de Abril, em Mira…

A  guerra na Europa e a consequente confirmação de que “a paz é sempre frágil”, a “enorme dificuldade” que os portugueses sentem, “em colocar o pão em casa”, o fosso existente “entre os que mais têem e os que menos têem” e que faz com que muitos não se sintam representados no atual panorama social do país… tudo isto, é apenas a ponta do iceberg que compõe o quadro de um Portugal que, 49 anos após a Revolução, ainda sente que há muito por conquistar e foi transmitido pelas palavras dos intervenientes na celebração da mais importante data da nossa história, no Jardim do Visconde, em Mira.

“Conquistada com suor e lágrimas” há quase meio século, a Liberdade de todos poderem dizer o que pensam, mistura-se com  o “respeito por ouvir a voz de quem pensa diferente” sendo que, também estes devem respeitar os que deles discordam. Faz parte do jogo democrático e, este facto não deixou de ser referenciado, a bem de uma justa igualdade de direitos e deveres que por todos, sublinhe-se, por todos, deve ser seguida.

Celebrar o 25 de Abril não é, como foi dito, “retórica repetida ano após ano”. Bem mais que isto, é um ato de reconhecimento por todos aqueles que muito deram de si para que este dia acontecesse e é uma maneira de reverenciarmos quem a fez, sem derramar uma só gota de sangue!

Celebrar o 25 de Abril merecia, ontem como sempre, mais e mais pessoas a assistirem a celebração.

Quanto menos estiverem presentes em tais atos repletos de simbolismo, quanto menos pessoas se derem ao trabalho de se deslocar às cerimónias, mais e mais força estarão a dar à aqueles que espreitam por detrás da porta para que a oportunidade de matar a Democracia possa ser concretizada, aos poucos.

Sem Democracia não há liberdade. Sem liberdade não há povo. Sem povo, jamais haverá Portugal.

Jornal Mira Online

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