Figueira da Foz: Autoridade marítima recusa que tenha havido atraso no socorro ao naufrágio

A Autoridade Marítima recusou, esta quarta-feira, que tenha havido qualquer atraso na operação de salvamento dos tripulantes do arrastão que naufragou terça-feira à entrada do porto da Figueira da Foz, frisando que foram utilizados todos os meios possíveis.

“Foram empenhados todos os meios possíveis e que estavam disponíveis no momento”, disse aos jornalistas Martins dos Santos, Comandante Regional do Norte da Autoridade Marítima, durante as buscas que decorrem junto ao molhe sul do porto da Figueira da Foz.

“Foram empenhados todos os meios possíveis e que estavam disponíveis no momento”, disse aos jornalistas Martins dos Santos, Comandante Regional do Norte da Autoridade Marítima, durante as buscas que decorrem junto ao molhe sul do porto da Figueira da Foz.

Martins dos Santos admitiu que a moto de água que haveria de recolher os dois únicos sobreviventes do naufrágio demorou uma hora a começar a atuar – crítica ouvida a várias dezenas de populares que se insurgiram, no local, contra a demora no socorro – referindo que “foi o tempo necessário para avaliar a situação e fazer sair os meios que foram considerados os possíveis”.

“A moto de água veio no tempo em que foi possível vir”, adiantou.

“A causa provável do acidente foram condições adversas e a atuação tem de ser cuidadosa e bem acautelada. Havia redes na água na zona da barra e o empenhamento dessas embarcações pode pôr outras vidas em perigo e é isso que tentamos sempre evitar”, afirmou ainda Martins dos Santos.

O responsável regional do Norte disse ainda que a Autoridade Marítima entendeu que o helicóptero que continua a proceder a buscas, face às condições de mar, seria o meio que “mais facilmente retiraria as pessoas de uma situação onde com outros meios estariam elas próprias em perigo”, mas seria a moto de água da capitania da Figueira da Foz – operada por um polícia marítimo que presta serviço em Aveiro e que estava de licença – a recolher os sobreviventes, mais de uma hora depois do naufrágio.

A esse propósito, José Festas, presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar, exigiu explicações ao comandante do Porto da Figueira da Foz pelo que disse ser o atraso dos meios de salvamento e revelou que terá sido uma alta patente da Marinha que estava nos Açores a fazer sair a moto de água da Figueira da Foz, depois de não conseguir contactar a Capitania local.

Confrontado com estas afirmações, Martins dos Santos não as desmentiu, apenas dizendo que José Festas “pode referir aquilo que entender” e que os telemóveis da Polícia Marítima estavam a ser “empenhados nos circuitos adequados”.

Além dos dois sobreviventes, o naufrágio do arrastão Olívia Ribau, registado em Aveiro, provocou uma vítima mortal e quatro pescadores estão desaparecidos. Os tripulantes do navio são maioritariamente da região da Figueira da Foz (povoações da Cova-Gala, Costa de Lavos e Leirosa) e têm idades entre os 40 e 56 anos.

Fonte JN