Cantanhede recebe amanhã o seu último espetáculo incluído na programação do Festival AR. Depois de Corpo-Mapa-Livro (de Joana Pupo e Marina Nabais) em fevereiro, com duas oficinas associadas, amanhã é a vez de Terratorga (do Teatrão). A Bilioteca Municipal de Cantanhede volta a ser o espaço que acolhe a apresentação, que estreou em versão renovada na semana passada em Condeixa.
Terratorga é uma viagem guiada por Torga, escritor ímpar no panorama da nossa literatura, e pelas suas palavras aos nossos locais de eleição, às nossas memórias de infância e aos nossos sonhos. Com 45min de duração e para público a partir dos 6 anos, a peça evoca paisagens e tradições do nosso país e conta algumas das histórias do universo Torga. Para isso, usa o corpo e o corpo em movimento como protagonistas e construtores de várias pequenos momentos, em que não há uma linha única de interpretação mas antes a total liberdade de quem vê para construir as suas próprias histórias e se deixar envolver num ambiente quase sonhado.
Este espectáculo encontra-se assim num lugar de fragilidade, onde procuraremos o nosso Reino Maravilhoso, aquele sitio, que sendo obrigatoriamente diferente para cada um, é o sitio da respiração livre e dos dias felizes. Com interpretação de Isabel Craveiro, João Santos e Margarida Sousa, tem desenho de luz de Jonathan de Azevedo e ambiente sonoro de Rui Capitão. Depois do espetáculo há ainda uma oficina de dança criativa criada por Leonor Barata e conduzida pelo elenco (Margarida Sousa e João Santos). Com gestos, movimentos, palavras, ideias e sentimentos, meninos e meninas a partir dos 6 (num máximo de 20 inscritos) podem criar o seu próximo Reino Maravilhoso, a partir exercícios e jogos simples.
A programação do Festival AR continua até 14 de abril, ainda com apresentações em Mira, Figueira da Foz, Coimbra, Soure e Tábua.
TerraTorga
espetáculo, 10 de março às 15h na Biblioteca Municipal de Cantanhede
+ oficina de movimento às 16h (sujeita a inscrição)
entrada livre
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Sobre Leonor Barata: fez a sua formação em dança no Forum Dança onde foi aluna de Howard Sonnenclair, Francisco Camacho, Madalena Vitorino, André Lepecki, Thierry Bae, entre outros. Foi intérprete em vários espetáculos de dança e de teatro. Desde 2000 desenvolve grande parte do seu trabalho na área da Pedagogia Artística tendo sido colaboradora regular de várias instituições como formadora (Centro Cultural de Belém, CENTA, A Moagem, Centro Cultural Vila Flor) e tendo criado vários espetáculos para o público jovem como a “A Menina do Mar” (2004), “Pretas e Vermelhas Penduradas nas Orelhas” e “TerraTorga” (para o Teatrão), entre outros (2007). Fundadora da companhia Projecto D – Pedagogia e Criação Artísticas. Integrou até 2017 a equipa do Projeto Educativo e de Mediação de Públicos do Convento de São Francisco.
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Sobre o Festival AR: o festival de artes performativas AR foi criado e é coordenado pelo Teatrão e promove espetáculos para o público infantojuvenil em sete concelhos do distrito de Coimbra (Cantanhede, Condeixa-a-Nova, Coimbra, Figueira da Foz, Mira, Soure e Tábua). Esta primeira edição tem o universo do livro e da leitura como tema central. O Festival AR tem cinco espetáculos pensados para os vários públicos que se apresentam em espaços culturais de cada um dos concelhos, sejam de Centro Culturais a Bibliotecas Municipais. O AR é apoiado em financiamento pontual pela Direção-Geral das Artes e conta com o apoio logístico das autarquias parceiras.