Vítor Félix lembra que a pandemia de Covid-19 tem causado “enormes dificuldades”, com os “problemas graves de tesouraria” a surgirem no topo das “dores de cabeça”
A Federação Portuguesa de Canoagem está “preocupada com o futuro dos clubes”, devido aos condicionalismos impostos pela pandemia de Covid-19, que tem provocado “enormes dificuldades”. “Os clubes não prestam serviços aos associados e aos atletas, o que gera problemas graves de tesouraria”, expressou Vítor Félix, antes de confirmar que, no que diz respeito ao financiamento de 2020, «o IPDJ [Instituto Português do Desporto e Juventude] e o COP [Comité Olímpico de Portugal] têm tudo em dia».
Apesar dos problemas causados pela pandemia no ano passado, o presidente da Federação Portuguesa de Canoagem assumiu que “2020 foi um ano em contraciclo em relação às outras modalidades”. “No que diz respeito ao número de praticantes, a canoagem tinha crescido, fruto de ser uma modalidade praticada ao ar livre e talvez também pelo facto de as provas do calendário nacional terem sido centralizadas em Montemor-o-Velho e terem decorrido sem problemas”, resumiu.
Decretado em meados de janeiro de 2021, o novo confinamento levou, a exemplo do ocorrido no ano anterior, ao adiamento de várias provas. “Até ao dia 15 de abril, o calendário nacional foi cancelado. Antecipando um cenário muito positivo, esperamos fazer a retoma a 23 de abril, com a realização da seletiva interna para o apuramento olímpico”, referiu Vítor Félix, antes de agradecer aos clubes filiados na Federação Portuguesa de Canoagem.
A canoagem é uma modalidade ao ar livre e podia ter continuado, mas a Federação aconselhou os clubes e a comunidade da canoagem a contribuírem, também, para o decréscimo de casos de contágio por Covid-19. Por essa razão, os clubes foram aconselhados a fechar”, realçou o dirigente federativo, logo enaltecendo o contributo também dado pela canoagem para a redução acentuada do número diário de casos registados nos últimos dias.
Equipa Nacional trabalha para Tóquio 2021
Mesmo com várias limitações impostas pela pandemia, a Equipa Nacional continua o seu trabalho. Fernando Pimenta, Joana Vasconcelos e o K4, constituído por Emanuel Silva, João Ribeiro, Messias Baptista e David Varela, estão em estágio em Sevilha, na vizinha Espanha, país onde também treina Teresa Portela, mas em Pontevedra. Em Montemor-o-Velho, Marco Apura, Bruno Afonso e Francisca Laia mantêm-se focados, assim como Norberto Mourão e Floriano Jesus.
“O trabalho não pode parar”, sublinhou Vítor Félix, que logo realçou que “não há alterações na preparação” para Tóquio 2021, antes de acrescentar, sobre a realização dos Jogos Olímpicos, que “não há nenhuma certeza”. “Mas os indicadores são muito positivos. O COP, o COI [Comité Olímpico Internacional] e a organização dizem que vão realizar-se, com ou sem Covid-19, com ou sem público”, prosseguiu, apontando a descida do número de casos e a vacinação como dois dados que reforçam o otimismo.
Depois da seletiva nacional de apuramento das quotas de Portugal a 23 de abril, os atletas da Seleção Nacional vão discutir, entre 12 e 16 de maio, em Szeged, na Hungria, “mais algumas quotas europeias para os Jogos Olímpicos e para os Jogos Paralímpicos”. Sobre estes atletas pertencentes à elite do desporto português, o presidente da Federação Portuguesa de Canoagem defendeu a importância de “poderem ser vacinados o mais breve possível”.