FC Porto com “prejuízo recorde” de 116,1ME devido à ausênca da LC e à covid-19

A SAD do FC Porto encerrou o exercício de 2019/20 com “um prejuízo recorde” de 116,1 milhões de euros, justificados pela administração pela ausência da Liga dos Campeões e pelo impacto da pandemia de covid-19.

“Apesar do sucesso desportivo [interno], com a conquista da ‘dobradinha’ [Liga e Taça da Portugal], algo que não acontecia há 11 anos, a anormal ausência da Liga dos Campeões e os acontecimentos dos últimos meses tiveram um impacto negativo”, refere Pinto da Costa.

A ausência da Liga dos Campeões, dado que os ‘dragões’ foram afastados precocemente, gerou uma quebra de receitas face à época anterior de quase 71 milhões de euros, já que em 2018/19 o FC Porto amealhou 80,9ME e em 2019/20, na Liga Europa, não foi além de 9,9ME.

O impacto da pandemia de covid-19, que levou a que os jogos decorressem sem público, traduziu-se na diminuição das receitas de bilheteira, quotas dos associados e direitos de transmissões, contabilizados, pela administração portistas, num prejuízo de cerca de 15ME.

O responsável pela área financeira dos ‘dragões’, Fernando Gomes, explicou ainda que o facto de o fecho contabilístico ter ocorrido a 30 de junho, em desacerto com o do campeonato que ocorreu mais tarde, as vendas de agosto não entraram nas contas.

“A UEFA determinou o fecho contabilístico da época de 2019/20 em junho, pelo que os jogadores vendidos pelo FC Porto depois dessa data, por valores que ultrapassam os 100ME, não entraram nas contas e só entrarão no ano em curso”, referiu.

Os resultados com transações de passes de jogadores foram de apenas 551 mil euros, um valor invulgarmente baixo para a SAD portista, que em média realiza cerca de 40ME de mais-valias por ano.

Apesar do “prejuízo recorde” registado no último exercício, Fernando Gomes está convicto de que o FC Porto sairá da alçada do ‘fair play’ financeiro da UEFA no final da época, em que espera um recorde de mais-valias [lucro] com a venda de jogadores.

“Nós vamos com enorme probabilidade – em condições normais [sem restrições desportivas inerentes à pandemia de covid-19] — sair do ‘fair play’ financeiro da UEFA esta época, apesar destes resultados”, adiantou o administrador Fernando Gomes.

Para justificar esta pretensão, Fernando Gomes recorda as mais-valias já realizadas com a venda de jogadores, que só entrarão no final do atual exercício, e a presença na Liga dos Campeões, em que os ‘dragões’ apontam aos oitavos de final.

Lusa