Farmácias antecipam procura de testes covid e reforçam pessoal

Com as novas medidas de combate à pandemia que exigem testes para entrar em vários estabelecimentos, as farmácias começaram a recrutar profissionais para antecipar a afluência. No entanto, apenas 22% aderiram aos testes gratuitos porque as condições do Governo não são consideradas vantajosas.

De acordo com a edição de hoje do Jornal de Notícias, as farmácias estão a recrutar profissionais, a reorganizar horários e a comprar novas estruturas para responderem ao previsível aumento da procura de testes que ocorrerá nas próximas semanas.

Em causa estão as novas medidas de combate à covid-19, anunciadas por António Costa e com implementação a partir de 1 de dezembro. Entre o novo pacote de regras está a apresentação obrigatória de teste negativo para visitar lares ou pacientes internados em estabelecimentos de saúde, frequentar grandes eventos sem lugares marcados ou em recintos improvisados e recintos desportivos e para entrar em discotecas e bares. Recorde-se que esta medida inclui toda a gente, mesmo vacinados.

Por isso mesmo, “há muitas farmácias a antecipar o pico de procura e a organizarem-se, contratando profissionais e a criarem novas estruturas”, disse Ema Paulino, presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), ao JN.

A ANF pede às pessoas que agendem os testes com tempo para evitarem “dissabores de última hora”, sendo que já começaram a ser marcados testes para o Natal.

Para facilitar o processo, o Ministério da Saúde voltou a comparticipar a realização de testes rápidos de antigénio, uma medida que abrange toda a população e se estende até 31 de dezembro, prazo que pode ser prorrogado, ao abrigo do regime excecional e temporário de comparticipação de TRAg.

A portaria fixa em 10 euros o valor máximo que o Governo vai pagar às farmácias por cada teste realizado, que será gratuito para os utentes. Os testes gratuitos ficam limitados a quatro por mês e por utente, sendo que os testes apenas podem ter lugar nas farmácias e laboratórios devidamente autorizados pela Entidade Reguladora de Saúde como já acontecia antes.

Para Ema Paulino, o problema está no preço, pouco atrativo para as farmácias. Para a presidente da ANF, uma das soluções está nos acordos com os municípios. “Em municípios onde há acordos, há mais farmácias a aderir aos testes gratuitos”, disse ao JN. Exemplo disso é Lisboa, onde a Câmara paga, desde o verão, 15 euros por cada teste.

Ao todo, há perto de 300 farmácias, no continente e ilhas, que fazem testes gratuitos comparticipados pelas câmaras.

O regime excecional e temporário tinha cessado em outubro, tendo em conta que Portugal estava próximo de atingir os 85% da população totalmente vacinada contra a covid-19, mas o ministério decidiu reativá-lo devido à atual situação epidemiológica, com o aumento de casos de covid-19 e dos internamentos.

“Importa voltar a intensificar a realização de testes para deteção do SARS-CoV-2, de forma progressiva e proporcionada ao risco, que contribuam para o reforço do controlo da pandemia covid-19”, explicou em comunicado no dia em que saiu a portaria (18 de novembro).

Madremedia