Numa altura em que a província do Ontário iniciou a primeira fase do desconfinamento, permitindo a abertura das esplanadas, muitos dos restaurantes deparam-se com a falta de mão-de-obra.
“É uma ansiedade enorme porque queremos abrir, com o povo pronto a apoiar-nos, a querer visitar-nos, mas, infelizmente, não temos mão-de-obra”, lamentou o empresário de restauração Carlos Oliveira.
A província do Ontário entrou na sexta-feira na primeira fase de desconfinamento, permitindo que os restaurantes possam servir clientes nas esplanadas, com o máximo de quatro pessoas por mês, exceto se pertencerem à mesma família.
O proprietário do restaurante Mercado Negro explicou que só pode abrir metade da sua esplanada devido à falta de “empregados de mesa”.
“Muitas pessoas têm medo de voltar a este ramo devido às incertezas, ninguém sabe o que vai acontecer”, acrescentou o português, de 47 anos.
Inicialmente, o primeiro-ministro da província do Ontário, Doug Ford, tinha anunciado que o início da primeira fase de reabertura da província estava previsto para o dia 14 de junho, mas no início deste mês, devido à redução de casos de covid-19, e ao número de população vacinada na província (cerca de 11 milhões de habitantes), antecipou para sexta-feira.
Alguns dos portugueses no Canadá, após terem conhecimento do programa de desconfinamento do governo provincial, efetuaram de imediato as suas reservas nos vários restaurantes.
“Estamos tão contentes, assim que soubemos fizemos logo a reserva”, contou Marie de Francesca, uma luso-canadiana natural do arquipélago da Madeira, garantindo que só frequenta restaurantes de quem “confia”.
Há 16 meses que Ana Furtado não ia jantar a um restaurante, mas resolveu fazê-lo por “dois motivos”.
“Finalmente, em 16 meses, quisemos fazer algo pelas crianças e também ajudar o pequeno comércio”, explicou, reconhecendo que, por ter sido já vacinada com a primeira dose contra a covid-19, sente-se “mais segura”.
O popular restaurante localizado no número 1370 da St. Clair Avenue West, no norte de Toronto, ficou conhecido no ano passado pela recriação do doce tradicional “Tripa de Aveiro”, durante a pandemia.
Para este ano, a aposta dirige-se a gelados de fabrico caseiro, com saberes oriundos de Portugal, como é o caso do ‘pastel de nata’.
“Todas as semanas lançamos um novo sabor, começamos com o pastel de nata, depois com ovos-moles, maracujá, morango e hortelã e chocolate negro. Esta semana lançamos a bolacha Maria. É um desafio, pois nunca ninguém cá fez gelados com os sabores de Portugal”, concluiu Carlos Oliveira.
Lusa
Imagem: USA restaurants/mercadonegro.to