O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, disse ontem que a maior rede social do mundo está “mais bem preparada” contra tentativas de manipulação de eleições, quando pairam novas ameaças sobre as legislativas de novembro nos Estados Unidos.
Criticado, nos últimos meses, por não ter levado a sério as campanhas de desinformação e de manipulação atribuídos a próximos do regime russo durante as presidenciais norte-americanas de 2016, Mark Zuckerberg tem procurado assegurar que o Facebook ganhou consciência da dimensão do problema e está a investir para o combater.
Em 2016, a rede social “estava preparada para ataques cibernéticos tradicionais, como o ‘phishing’ ou ‘hacking’, mas não esperava que atores estrangeiros lançassem ataques cibernéticos coordenados”, através de “contas falsas” com o objetivo de “disseminar a divisão e a desinformação”, reconheceu, novamente, o patrão do Facebook.
“Hoje, o Facebook está mais bem preparado para esse tipo de ataque”, disse, lembrando que a maior rede social do mundo já identificou e removeu contas falsas antes das eleições em França, na Alemanha, no México, no Brasil e no estado norte-americano do Alabama.
Além das campanhas de desinformação atribuídas à Rússia, mas desmentidas pelo Kremlin, o Facebook também identificou “uma rede baseada no Irão com redes à imprensa estatal iraniana que tentava espalhar propaganda nos Estados Unidos, Reino Unido e Médio Oriente”, relatou.
“Estamos a enfrentar adversários sofisticados e bem financiados, que não vão desistir e vão continuar a evoluir”, avisou o responsável pelo Facebook.
No total, disse, “foram removidas mais de mil milhões de contas falsas, na sua maioria nos minutos seguintes a serem criadas, antes que pudessem causas quaisquer danos”, entre outubro e março.
Segundo Zuckerberg, graças à aprendizagem das máquinas, uma das facetas da inteligência artificial, o Facebook bloqueia diariamente “milhões de contas falsas”.
Além disso, a rede social vai disponibilizar a todos os seus parceiros de “verificação de factos”, em todo o mundo, uma ferramenta tecnológica para facilitar a identificação de imagens e vídeos falsos ou enganosos.
O Facebook colabora com 27 parceiros nesta tarefa, incluindo a agência noticiosa France-Presse.
Grupos de Internet dos EUA, especialistas, autoridades eleitas e serviços de inteligência concordam que as próximas eleições norte-americanas não vão escapar a novas tentativas de desestabilização política.
Lusa