No âmbito da iniciativa “Democracia, Igualdade de Género e Direitos Humanos”
Foi inaugurada a 17 de outubro, nos claustros dos Paços do Concelho de Cantanhede a exposição de fotografias “Aqui morreu uma mulher”, que é o culminar de um trabalho da jornalista Teresa Campos e do fotógrafo José Carlos Carvalho.
A mostra surge no âmbito do um conjunto de iniciativas sob o tema “Democracia, Igualdade de Género e Direitos Humanos”, conta com organização do Município de Cantanhede, em parceria com o Núcleo de Apoio às Vítimas de Violência, e estará patente ao público até 23 de outubro nos claustros dos Paços do Concelho de Cantanhede de outubro, no dia seguinte estará no Centro Paroquial de São Pedro e terminará no dia 25 e 26 de outubro na Praça Marquês de Marialva (open space).
Na inauguração o vice-presidente da Câmara Municipal, Pedro Cardoso, que esteve acompanhado na sessão pelo vereador, Adérito Machado, e pela equipa do Núcleo de Apoio à Vítima de Violência Doméstica de Cantanhede, constituída por João Fernandes e Joana Nascimento, que de seguir dinamizaram uma sessão de sensibilização para o grupo das Tardes Comunitárias e comunidade local.
O vice-presidente da Câmara Municipal, Pedro Cardoso afirmou a propósito que “esta exposição é uma oportunidade para suscitar o debate e a reflexão crítica por parte dos cidadãos e envolver diversos públicos, sobre uma das chagas dos nossos tempos, de todo condenável: a violência doméstica e os maus-tratos. Uma realidade que urge mudar e que é transversal à sociedade, atingindo pessoas de todos os géneros, de todas as raças, de todos os estratos sociais. O número de mortes registado e o número incrível de situações é inaceitável! Estamos perante uma luta indispensável que implica contar com o compromisso de todos”. O autarca sublinhou ainda que “este é um drama a que não podemos ficar indiferentes. Perante a exposição “Aqui Morreu uma Mulher” temos de reafirmar “Tolerância zero” para casos de violência doméstica e de maus-tratos. A prevenção e a resposta aos casos de violência doméstica exigem uma colaboração estreita com a justiça, até porque falamos de um crime público, para agir contra os responsáveis e proteger adequadamente as vítimas.”
Pedro Cardoso afirmou ainda que “a abertura desta exposição neste dia simbólico do 17 de Outubro é uma forma de dar visibilidade a outra problemática, e sensibilizar todos para a luta contra a Pobreza e a Exclusão Social, reiterando assim a necessidade urgente de combater a pobreza e as desigualdades sociais, reafirmando a posição da EAPN de que só com um esforço conjunto, aliando, estrategicamente, entidades governamentais e públicas, parceiros sociais, entidades do sector social e as próprias pessoas é que podemos ir ainda mais longe neste objetivo do milénio da erradicação da pobreza”.
A exposição é fruto de um projeto da Revista Visão, durante o ano de 2015, aquando do 15.º aniversário de que a violência doméstica passou a ser crime público, e em que decidiu fotografar locais dos crimes e contar as histórias das mulheres que viram as vidas ceifada sem contexto de violência doméstica.
Durante todo o ano de 2015, Teresa Campos e José Carlos Carvalho percorreram todo o país, pequenas aldeias e grandes cidades, zonas pobres e bairros privilegiados, e ouviram histórias de mulheres, jovens e idosas, em que a vítima mais velha tinha 84 anos e a mais nova apenas 23, retratando assim de forma autêntica as crónicas de 28 mulheres que morreram às mãos de maridos e companheiros.
A exposição que está a percorrer todo o país e trata-se de uma iniciativa conjuntada Visão, do Gabinete do Ministro Adjunto e da Câmara Municipal de Lisboa. A iniciativa Roteiro Cidadania em Portugal, promovida pela ANIMAR–Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local em parceria com a Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, reproduziu agora esta exposição para desafiar as comunidades locais em todo o país a conhecerem esta realidade que é urgente mudar.
Autores
Sobre Teresa Campos,
A jornalista tem 46 anos de idade, desde 1994 faz parte da redação da VISÃO desde 2001. Em 2015, propôs à direção da VISÃO retratar os casos de morte por violência doméstica no país durante aquele ano. A reportagem culminou na exposição “Aqui Morreu Uma Mulher”, inaugurada no Dia Internacional da Mulher, em 2015, no Largo do Carmo.
Sobre José Carlos Carvalho
O fotógrafo de 48 anos, concluiu o curso de fotografia na Ar.Co. Em 2007 foi para a revista Visão, fazendo atualmente parte do Núcleo de fotografia da Impresa, trabalhando para o Expresso regularmente. Vencedor de vários prémios de fotografia, realizou várias exposições individuais e coletivas dos quais se destacam: Visão-BES fotojornalismo no CCB, em 2006, Visão Fotojornalismo na Fundação EDP, em 2007, Estação Imagem, em 2011, Galeria do Casino do Estoril “Mare Nostrum”, em 2014, Clube de Jornalistas, também em 2014 e “Eu sou Príncipe”, em 2016.
Programa da Exposição
Aqui Morreu uma Mulher
17 a 23 de outubro (dias úteis)
Claustros da Câmara Municipal de Cantanhede
24 de outubro
Centro Paroquial S. Pedro
25 e 26 de outubro
Praça Marquês de Marialva (open space)