Este ano usam-se biquínis e triquínis

 Por estes dias, vale tudo nos areais: fatos de banho, triquínis, biquínis reduzidos ou mais contidos (até com cinta subida e parte de cima estilo corpete, a lembrar os anos 1950), de duas alças, assimétricos ou caicai.

Quem o diz é Célia Fernandes, diretora da agência Triângulo das Bermudas, que presta serviços nas áreas da moda e da imagem a partir de Lisboa. “Não temos uma tendência; temos várias. Usa-se de tudo”, resume.

O triquíni, adequado a festas do pôr do sol na praia (basta vestir uns calções e fica pronta para mudar de cenário), continua a ver-se. E o fato de banho, que antes estava associado a pessoas mais velhas e a cores tendencialmente escuras, surge agora em força, com tons fortes, alegres. É, inclusive, a escolha de muitas adolescentes, observa Célia Fernandes, ressalvando que estas usam todo o tipo de modelos.

Já os homens continuam a preferir os calções em detrimento da sunga. “Usam-se acima do joelho e a meio da coxa. Há muito a moda dos calções mais curtos, como os dos jogadores de futebol”, diz a stylist.

Fato de banho não é só para mães

Voltando ao universo feminino e ao fato de banho, outrora tido como antiquado: faz furor, sem dúvida. “Antigamente estava mais associado às mães ou pessoas mais velhas e hoje é uma peça da moda”, conta Erica Bettencourt, assistente de bordo e praticante de surf que em 2012 criou a marca Bohemian Swimwear. Há quem use os fatos de banho como “bodies”, com calças ou saia.

“É verdade que o fato de banho ganhou outra dimensão nos últimos anos. Hoje em dia vendemos muitos”, confirma Mariana Delgado, fundadora da Cantê Lx, a par da amiga Rita Soares. A cada coleção (a primeira é de 2011), a dupla procura “criar modelos inovadores”, pelo corte, estampa ou materiais utilizados, a que acrescem pormenores, como laços e folhos. Mais sóbria é a Latitid, nascida em 2013 pela mão das irmãs Marta e Inês Fonseca e da tia Fernanda Santos. “O que mais temos são fatos de banho”, revela Inês. Mas também há biquínis de cinta subida, fatos de banho de manga comprida, triquínis e “os famosos tops que já não são triângulos, mas cobrem a parte do peito toda”, por exemplo. Trata-se de uma marca de luxo de biquínis e fatos de banho atenta às tendências da moda, que faz corresponder a cada coleção a latitude de uma cidade cosmopolita. A atual é Londres, já foram Porto e Barcelona.

O design português vai a banhos

Estas são apenas algumas das marcas nacionais de “swimwear” surgidas nos últimos anos. A Cantê Lx foi a primeira das três. Mariana Delgado e Rita Soares, apaixonadas por praia, fizeram uma viagem pelo Brasil concluído o curso de Arquitetura e as amigas pediram-lhes biquínis e fatos de banho de lá. “Na altura o Brasil era o sítio ideal para comprar “swimwear” original. Esse foi o ponto de partida da Cantê. Percebemos que existia uma lacuna no mercado português”, recorda Mariana. A seu ver, a consumidora da Cantê quer “uma peça única, exclusiva e que a faça sentir-se especial”.

Também Erica Bettencourt sente que cá faltavam opções na moda de praia. “O aparecimento desta variedade toda de biquínis e fatos de banho fez com que a mulher portuguesa começasse a apreciar o design”, conclui. E hoje ela “é segura, forte, adora usar coisas diferentes”. Célia Fernandes nota igualmente maior preocupação com o design. Além dos padrões, que podem ir das riscas aos florais, os fatos de banho ganharam textura. Têm rendas, folhos, franjas. “Para que não seja só mais um biquíni”.

Jornal de Noticiaas