Estado mais rico do Brasil prorroga quarentena até 22 de abril

O governador do estado de São Paulo, o mais populoso e rico do Brasil, prorrogou até 22 de abril as medidas de distanciamento social para combater a covid-19, que incluem o fecho do comércio e serviços não essenciais.

“Anunciamos a extensão da quarentena em todo o estado de SP [São Paulo] até 22/04. A decisão foi pautada na ciência, nos maiores infetologistas do Brasil e da OMS [Organização Mundial da Saúde]. A taxa de ocupação de leitos no estado de SP é de 50% hoje. Sem medidas de isolamento social, faltariam 3 mil leitos”, anunciou, na sua conta na rede social Twitter, o governador de São Paulo, João Doria.

Em comunicado, o governador acrescentou que não será admitida qualquer aglomeração no estado.

“As guardas municipais ou metropolitanas deverão agir e, se necessário, recorrer à Polícia Militar para que imediatamente possa haver a dissipação de qualquer movimento ou aglomeração de pessoas. Esta é uma deliberação que deverá ser rigorosamente seguida pela população do estado de São Paulo na defesa de suas vidas e de seus familiares”, afirmou Doria.

O estado está oficialmente em quarentena desde 24 de março para tentar conter a proliferação do novo coronavírus enquanto reforça o sistema de saúde para atender casos graves da doença.

São Paulo é o epicentro do coronavírus no Brasil e já registou pelo menos 275 mortes e 4.620 casos confirmados da doença, números que devem aumentar porque o estado tem dificuldade em processar milhares de exames colhidos de casos suspeitos.

Entre as vítimas fatais da covid-19, segundo informações divulgadas hoje pelo governo regional, 85,8% tinham 60 anos ou mais. Desses, 92,1% tinham algum tipo de doença prévia.

O número de mortes pela covid-19 entre 17 de março e 5 de abril em São Paulo já é quase igual ao total de óbitos por gripe registados ao longo de todo o ano passado.

Segundo o governo local, os internamentos de pacientes com a confirmação da doença em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) cresceram 1.500% desde 20 de março, passando de 33 para 524, no último dia 3. As mortes subiram 180% numa semana.

Um estudo do Instituto Butantan em parceria com o Centro de Contingência informou que 66% dos moradores do estado permaneceram nas suas casas após 23 de março e houve uma expressiva redução de pacientes com quadros pulmonares internados em hospitais.

No entanto, o isolamento diminuiu nos últimos dias: em 02 de abril, era de 52,4% na cidade de São Paulo e de 51,8% no estado.

Lusa