22.4.2023 –
Quantas vezes adiou decisões ou tarefas importantes? Metade dos estudantes universitários procrastina a um nível prejudicial. Mas que impacto real pode ter na saúde?
Altos níveis de procrastinação podem estar relacionados com problemas de saúde mental, como depressão, stress e ansiedade, dores no corpo e um estilo de vida pouco saudável, revela uma investigação publicada na JAMA Network Open.
“Começo amanhã” ou “já faço”. Quantas vezes adiou decisões ou tarefas importantes para ficar nas redes sociais ou simplesmente sem fazer nada? A procrastinação pode ter um impacto negativo no bem-estar e desempenho, sobretudo se for recorrente. Vários estudos têm mostrado que, pelo menos, metade dos estudantes universitários procrastina a um nível prejudicial. Mas que impacto real pode ter na saúde? Foi o que uma investigação procurou saber.
O estudo foi baseado em dados do Sustainable University Life, que acompanhou 3.525 estudantes de oito universidades da Suécia. Os universitários preencheram questionários a cada três meses durante um ano. O objetivo era analisar se, nove meses depois, os alunos que procrastinam têm maior risco de problemas de saúde mental e física.
Os resultados sugerem que níveis mais altos de procrastinação estão associados a problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e stress, dores incapacitantes, sobretudo nos ombros e braços, comportamentos pouco saudáveis, como má qualidade do sono e sedentarismo e ainda solidão e dificuldades económicas.
A associação entre problemas de saúde e procrastinação continua mesmo quando são considerados outros fatores, como a idade, o sexo, a escolaridade dos pais e diagnósticos físicos e psiquiátricos anteriores.
Contudo, com este estudo é difícil perceber o que surge primeiro: a procrastinação ou os problemas de saúde. O facto de os estudantes responderem ao questionário apenas de três em três meses não permite ter pormenores sobre a associação, referem os investigadores.
Os estudos sobre a procrastinação até à data são poucos e com limitações, apontam os especialistas, que sugerem terapia cognitivo-comportamental para reduzir a procrastinação e criar metas a longo prazo.
SIC Notícias