1.9.2023 –
Apenas dois casos foram registados após a data da recomendação de não consumo. Culpa das toxinfeções não era de droga, mas de contaminação das farinhas com sementes de um infestante.
A broa de milho voltou. A Direção-Geral da Saúde (DGS), a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) levantaram, esta sexta-feira, a recomendação de não consumo de broa de milho nos distritos de Aveiro, Coimbra, Leiria e Santarém, pela inexistência de novos casos suspeitos de toxinfeção alimentar.
Num comunicado conjunto enviado à Renascença, DGS, ASAE e DGAV indicam que apenas dois casos de toxinfeção alimentar associada ao consumo de broa de milho foram registados após o comunicado de 10 de agosto, em que o foi recomendado o não consumo deste produto.
No total, ocorreram 209 casos entre 21 de julho e 31 de agosto.
“A evolução positiva deveu-se à estratégia adotada pelas autoridades competentes e à adesão às medidas estabelecidas pelos operadores económicos e pelos consumidores”, dizem as três autoridades, para quem “a avaliação de risco não justifica a manutenção da recomendação de não consumo de broa”.
A 25 de agosto, a Direção-Geral da Saúde esclareceu que o caso não se devia ao “envolvimento de produto estupefaciente na confeção da broa”.
De acordo com a DGS, ASAE e DGAV, os dados recolhidos pela investigação “demonstram haver fortes indícios de contaminação das farinhas com sementes de plantas do género Datura, infestante que pode estar presente nos campos de milho”. Esta contaminação “por sementes desta infestante” pode acontecer durante a colheita do milho.
Em sequência da investigação, a DGAV vai elaborar um recomendação técnica, que vai difundir pelos produtores de milho “para um melhor controlo desta infestante nos campos e após colheita”.
A investigação epidemiológica foi conduzida pelos departamentos de saúde pública das regiões Centro e Lisboa e Vale do Tejo, DGS, ASAE, pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses.
João Pedro Quesado/RR