Álvaro Siza Vieira, Manuel Cargaleiro, Joana Vasconcelos, Júlio Resende e Nadir Afonso são alguns dos criadores que conceberam obras inspiradas em Amadeo de Souza-Cardoso a serem expostas a partir de quinta-feira em Espinho pelo centenário da sua morte.
Mário Bismarck, José Rodrigues, Ana Maria Pintora, António Carmo e Norberto Nunes são outros dos autores portugueses que integram a mostra “Amadeo”, resultante de um convite que a autarquia local dirigiu a 100 artistas para que homenageassem com uma obra própria a memória do pintor modernista que nasceu em Amarante a 14 de novembro de 1887 e morreu em Espinho a 25 de outubro de 1918.
“Amadeo de Souza-Cardoso teve ao longo da sua vida uma forte presença em Espinho e quisemos assinalar essa ligação com um conjunto de iniciativas entre as quais se destaca esta exposição, que reúne 100 obras de artistas consagrados e emergentes – umas que esses criadores já tinham concebido por sua iniciativa e outras que produziram agora especificamente para atender ao nosso pedido”, revelou hoje à Lusa o presidente da Câmara Municipal de Espinho, Joaquim Pinto Moreira.
Essa exposição coletiva estará patente ao público no Fórum de Arte e Cultura de Espinho, a partir das 18:00 de quinta-feira, e integra também dois originais de Amadeo de Souza-Cardoso “cedidos para o efeito por familiares do artista”.
Para a cerimónia de inauguração está ainda anunciada uma atuação do cantor e compositor Fernando Tordo, que aí interpretará o tema “Amadeu”, inspirado no pintor amarantino e lançado em 1997 como parte integrante do álbum “Peninsular”.
O autarca acredita que, dessa forma, também se estará a recuperar para a cidade a influência que ela detinha nas primeiras décadas do século XX, quando grandes vultos do universo das letras e das artes plásticas a procuravam para longas estadias balneares.
“A família de Amadeo tinha uma casa de férias em Espinho e ele passou muito do seu tempo aqui, nomeadamente convivendo com o poeta Manuel Laranjeira e com o escritor [espanhol] Miguel de Unamuno”, recorda o presidente da Câmara. “O pintor acabou assim por contribuir para a dinâmica própria de Espinho, dinamizando também várias tertúlias sobre o momento particular que a sociedade portuguesa estava então a viver ao nível das artes e das letras”, acrescenta.
A exposição “Amadeo” pode ser visitada até 15 de Dezembro e tem entrada livre. É complementada, também nas instalações do Fórum de Arte e Cultura de Espinho, com a mostra fotográfica “Ilustre Amarantino”, que, numa iniciativa da União de Freguesias de Amarante e da Associação para a Criação do Museu Eduardo Teixeira Pinto, reúne 18 trabalhos a preto e branco sobre “espaços nobres do património amarantino e das vivências de Amadeo de Souza-Cardoso”