Cerca de quatro dezenas de pessoas assistiram ao espetáculo de fado que levou ao encerramento da exposição “Sentir o Fado”, de Duarte Henriques. A sessão que decorreu na Biblioteca Municipal, no passado dia 28 de novembro, contou com a presença de renomados artistas locais ligados a este género musical, designadamente Alexandre Henriques e Bernardo Plácido e dos fadistas Carolina Pessoa e Luís Nuno Sérgio, acompanhados pelos guitarristas Ricardo Silva e Sílvio Girão.
Na iniciativa esteve também Pedro Cardoso, vice-presidente da Câmara Municipal, que aproveitou a ocasião para enaltecer “a sensibilidade artística do fotógrafo Duarte Henriques”, que uma vez mais “nos surpreende com o seu trabalho magnífico, onde são evidentes um grande brilhantismo, que cruzam a arte da fotografia, com história, com comunidade e com outros testemunhos de grande sensibilidade artística”, assim como “a dimensão da participação cívica e de cooperação com tantos projetos e associações, partilhando a sua arte, que é digna de registo”, afirmou o responsável.
O responsável pelo pelouro da Cultura salientou a “forma como Duarte Henriques abraça esta temática, pintando com a luz aqueles que pela sua genialidade dão som a esta expressão musical que é património cultural da humanidade, como as fadistas e os músicos, transporta-nos para muitos dos momentos vivenciados por todos, numa carga simbólica e cheia de sentimentos”.
Utilizando as palavras dessa fadista maior, a sempre presente Amália Rodrigues, que afirmou “o fado, que não se canta, acontece. O fado não se sente, não se compreende nem se explica” e continuou parafraseando o Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry: “e quanto ao fado, podemos dizer que o essencial não é percetível aos ouvidos, só se ouve bem com o coração”, concluiu o autarca.
Por outro lado, Duarte Henriques mostrou-se visivelmente “emocionado com a presença calorosa de familiares e amigos”, não deixando de referir “a importância de expor, uma vez mais, neste “espaço de saber”, algum do seu trabalho fotográfico, este em particular que reflete o gosto que sinto pela música, nomeadamente pelo Fado e pelos seus músicos e artistas.”
Fotógrafo amador cantanhedense, Duarte Henriques quis assim associar-se às comemorações do Dia Nacional do Fado, género musical considerado pela UNESCO, desde 27 de novembro de 2011, como “Património Cultural Imaterial da Humanidade”. O artista aceitou o convite da Biblioteca Municipal de Cantanhede para expor algum do seu trabalho subordinado relacionado com a temática, num evento que contou para além do Município de Cantanhede, com o apoio da Adega Cooperativa de Cantanhede, Bora Lá – Tropical Drinks, e o Magnólia – Café-Jardim.
A exposição “Sentir o Fado” teve expostas várias dezenas de fotografias da autoria de Duarte Henriques, que retratam fadistas, músicos e figuras do Fado, de âmbito local e nacional e, ainda, muitas dezenas de objetos relacionados com esta temática. Integram a exposição, para além das fotografias do autor, cartazes de eventos musicais, miniaturas, livros, xailes, uma grafonola e discos de carvão, entre outros objetos, que se cruzam.