A Escola Superior de Saúde (ESSLei) do Politécnico de Leiria pretende apostar na responsabilidade social dos seus alunos e criou o Observatório para a Comunidade, um projeto que apresentou esta sexta-feira.
O Observatório para a Comunidade, apresentado hoje na ESSLei, tem como missão “promover ações com a comunidade, com vista a um desenvolvimento e crescimento regional sustentável com base numa capacitação social inclusiva e plural, ao mesmo tempo reforçando as sinergias individuais de cada estudante e institucionais, o que dará valor à região”, disse à agência Lusa a diretora da escola Clarisse Louro.
Segundo a responsável, este projeto tem “como objetivo promover a saúde no âmbito da instituição através da responsabilidade social”, valor que é “cada vez mais importante ser desenvolvido nas instituições de ensino superior”.
Para Clarisse Louro, é “importante formar os jovens numa filosofia humanista intensa, para que se desenvolvam como cidadãos ativos transmitindo valores de cidadania, de ética e de moral”, de modo a que “se transforme o mundo mais livre, mais equitativo, mais igual”.
Considerando que os jovens entram no ensino superior “muito individualistas, vendo o mundo muito baseado em valores materiais”, a diretora defende que se envolvam os alunos em ações de voluntariado, para que vão “para as suas próprias comunidades embebidos de que é importante também dar um bocadinho de si, ver o outro com algum respeito e ver o outro no desenvolvimento de um ser enquanto pessoa”.
A ESSLei já tem vários projetos de voluntariado, que o Observatório vai agora agregar: “Formámos um grupo de professores, que irão dar formação à bolsa de voluntários”, que neste momento tem cerca de 300 pessoas de toda a comunidade académica do Instituto Politécnico de Leiria, incluindo pessoal não docente.
Integram para já o Observatório os projetos de apoio aos peregrinos a caminho de Fátima, o Like Saúde – programa de prevenção de comportamentos aditivos e dependências, uma parceria com a Câmara Municipal de Leiria, o Transição para a parentalidade, uma ferramenta informática que procura auxiliar os recém-pais no processo de transição para a parentalidade, o Observatório Português para os Cuidados Paliativos, o Geronter, “que tem como objetivo facilitar o desenvolvimento do raciocínio da terapia ocupacional em contexto gerontológico e a promoção do envelhecimento ativo na população idosa”, entre outros.
Clarisse Louro explicou que os voluntários são integrados em cada um dos programas de acordo com as suas características.
“Em cada curso, pretendo criar uma unidade curricular de opção sobre voluntariado, onde os estudantes vão saber o que é o voluntariado, quais os objetivos, para que servem as regras de cidadania e de valores, desenvolvendo depois um projeto em conjunto com os professores”, revelou ainda a diretora.
Clarisse Louro defendeu que uma escola de saúde tem de dar importância à “responsabilidade social” e ao “valor de dar um pouco do seu tempo, de ser mais humano e de pensar um bocadinho na pessoa enquanto pessoa”, porque “todos os alunos formados nesta escola vão cuidar de pessoas”.
Esta responsável sublinhou que é o momento de “não estar tão agarrado às médias e às notas”, pelo que se devem “sensibilizar os professores”, alertando-os “que não é só importante dar conteúdos teóricos, mas também sensibilizar para o direito da cidadania”.
Lusa