Entrevista poética com Alice Aldeia

1 – Perfil do Poeta:

  1. a) Nome: Maria Alice Ramos Aldeia
  2. b) Profissão: Professora do 1º ciclo
  3. c) Residente (localidade) Vila do Conde

2 – JM. – Como se define em termos de ser humano?

Sou alguém que nunca aceitou a vida de forma pacata, sempre questionando tudo e tentando compreendê-la.

3 – JM. – Os autores que mais o marcaram, foram autores poéticos

ou outros? Mencione dois ou três. Fiódor Dostoiévski, Fernando Pessoa, foram autores de livros que me formaram “humanamente”…não foram poetas…

4 – JM. – De alguma forma estes autores que referiu, o levaram à escrita da poesia? Refira qual o Autor.

Não.

5 – JM. – A aceitação do que escreve poeticamente é analisada por si em que “meios”? ( Facebook, antologias, livros publicados, saraus poéticos e/ou outros)

Antologias apenas…

6 – JM. – Defina a razão das apreensões e dificuldades que os autores têm na edição dos seus próprios livros.

Desconheço.

7 – JM. – O que encontra de verdade no que escreve para considerar que é um Autor a ser consagrado?

Eu não escrevo senão verdades e refletem-me como ser humano. É desta forma que semeio ideias e levo a que alguns dos que me leem se questionem…

8 – JM. – Mencione e transcreva o poema da sua autoria com que mais se identifica com o seu sentido de Autor de poesia.

Eu sou alguém que

Aceitou a vida como um desafio

Nunca se acomodou

Tudo questionou

Desde cedo conheceu a sua missão.

Gosta de estar com crianças

Sabe que nelas reside a esperança

De favorecer uma mudança!

Teve dúvidas, descrença

Abandonou o rebanho

Teve um percurso desigual

Ignorou opiniões alheias

Venceu grandes barreiras

Descobriu que viver não é fácil!

Ficou forte, sereno…

No silêncio procura as respostas

Encontrou na escrita

A concretização de um sonho.

Joga com as palavras

Brinca com os sentimentos

Desperta pensamentos

Levanta dúvidas

Transmite mensagens

Sente que pratica um bem

A todos e a ninguém!

9 – JM. – Mencione duas ou três razões por que há medo de ler poesia e o facto de os saraus poéticos terem pouca gente. Incentivaria uma escola para declamadores?

Decerto essa seria uma ideia e falo por mim…amo escrever mas detestaria declamar e ouvir-me. No entanto sei que ninguém melhor do que o próprio para ler bem o que escreve dando-lhe alma.

10 – JM. – Que falta de apoios existe para a divulgação da poesia?

Hoje penso que muita gente sente dificuldade em escrever um poema. O que para quem escreve é muito fácil, para outros é uma missão impossível. Também nem sempre a compreendem. Será este um motivo para o pouco interesse pela poesia???

11 – JM. Verifica-se que hoje em dia existem uma grande quantidade de editoras. Na sua opinião acha que neste caso o poeta tem mais opção de escolha para a sua divulgação ser um sucesso, ou muitas delas faz dos escritores lucros e números?

Nem sei responder à pergunta. Eu escrevo por amor à escrita e à divulgação das minhas ideias, daí que agradeço a oportunidade que alguma editora me dá para o fazer. Não sei julgar.

12 – JM. Se já editou algum livro refira-nos quais e onde os podemos adquirir?

Não editei livro nenhum a solo, apenas participei em “umas dez antologias” e continuo a fazê-lo. Penso que estão na Fnac, Bertrand, Edições Hórus…

13 – JM. Hoje em dia a divulgação online está muito avançada, possui alguma pagina ou site onde podemos ver algum do seu trabalho literário?

Ainda não concretizei esse sonho mas o dia chegará em breve.

 

———————————- EM BAIXO ESCREVA O QUE ENTENDER SOBRE SI E A ARTE POÉTICA.

 

A minha essência está nas palavras que escrevo com paixão. Na mensagem que procuro transmitir. Assim me revelo ao mundo. Na minha pureza, como criança que é livre, que falha, erra, mas nunca desiste! Nem sempre encontrarei as palavras mais belas e sábias, mas as mais simples e diretas; que sejam facilmente compreendidas pela mente e absorvidas pelo coração. Esta, sou eu! Uma simples professora “primária”. Primária, no sentido de “primeira”, aquela que semeia e essa é a minha missão nesta vida. Soube-o desde a minha infância. Semear nos meus alunos e acreditar que um dia florescerão e darão o fruto mais doce e perfumado: Serão seres de Luz!

Sou natural de uma freguesia de Vila do Conde e preciso de mar e rio como do ar que respiro. Sei que sou parte desta natureza que me envolve e respeito! Sonho que uma nova humanidade floresça!

Herdei da minha mãe o gosto pela escrita e quando me divorciei passei a ter tempo para fazer apenas o que me agrada, senti uma liberdade que desconhecia e me fez bem. Também tive os meus momentos de tristeza e foi num deles que li um poema de um autor que desconheço e me marcou de tal forma que esse foi o meu “motor de arranque” para a escrita. Passo a citar:

 

Mãos divinais

Ao me ver em solidão

Reabri meu coração

Em busca de muito Amor…

Elevei meu pensamento

Procurei pelo Senhor…

 

Senti toques de ternura

De duas mãos que acalentam

Que amparam, que orientam,

Tornando minha alma pura

Mãos que me uniram em laços

Em amorosos abraços

Cobriu-me um manto de luz!…

 

Eram mãos do Grande Mestre

Mãos que sofreram na Cruz

Meu essencial Suporte

Meu Caminho, meu Norte

Mãos Divinais de Jesus!