Entrevista com a Poeta Rosete Cansado

1 – Perfil do Poeta:

  1. a) Nome: Angélica Rosete Brites Cansado Viegas (Rosete Cansado)
  2. b) Profissão: Chefe de Serviços Administrativos (agora aposentada)
  3. c) Residente (localidade)  Corroios-Concelho do Seixal

2 – JM. – Como se define em termos de ser humano?

Como todas as pessoas tenho virtudes e defeitos!

Mas, considero-me uma pessoa humana, amiga do meu amigo, sincera,

Humilde, defendo como me é possível os que nada têm, sou justa,

Tenho muito amor no coração para partilhar. Detesto a mentira, a inveja,

O cinismo e a prepotência, entre outros…

3 – JM. – Os autores que mais o marcaram, foram autores poéticos

ou outros? Mencione dois ou três.

Fernando Pessoa o meu ídolo. Sofia de Mello Breyner, Joaquim Pessoa, Cecília Meireles, Paulo Coelho e muito mais.

4 – JM. – De alguma forma estes autores que referiu, o levaram à escrita da poesia? Refira qual o Autor.

Apesar de sempre gostar do Fernando Pessoa, quando comecei no Facebook o Joaquim Pessoa de alguma forma contribuiu para voltar a escrever de novo, pois gosto da sua escrita, partilhava-a, com os amigos e assim foi começando o meu entusiasmo. Também uma grande amiga Isabel Rosete, que me incentiva sempre e a todos os amigos que me pediam um livro quase todos os dias.

5 – JM. – A aceitação do que escreve poeticamente é analisada por si em que “meios”? ( Facebook, antologias, livros publicados, saraus poéticos e/ou outros)

Normalmente são as Editoras que me convidam para participar em Antologias ou escrever a solo. Posso dizer que já publiquei Antologias e um livro a solo com a chancela das Edições OZ, Antologias: Sinapis, Chiado Editora, Pastelaria Studios, Edição de Autores da Beira Ria, Edição de Autores Sentimentos À Solta, Edições OZ, Modocromia. A minha poesia sou eu que analiso, salvo raras exceções.

 

6 – JM. – Defina a razão das apreensões e dificuldades que os autores têm na edição dos seus próprios livros.

Editar um livro não saí nada barato. Se tivermos que pagar o local para o lançamento do mesmo, ainda se torna mais dispendioso. Depois é o saber se vai ou não ter sucesso. Os autores não têm nenhuma ajuda, quando afinal poesia, também é cultura.

7 – JM. – O que encontra de verdade no que escreve para considerar que é um Autor a ser consagrado?

Para já não me considero um Autor a ser consagrado. Os meus poemas faço-os com amor, sentimento e o que no momento me saí da mente. Quem escreve poesia tem que ser real no que faz, a poesia é algo que nos sai do mais profundo do nosso ser e quando não o fazemos assim, não pode ser poesia. Amo a poesia e sinto-a com verdade e lealdade de mim própria, tem sempre algo de nós.

8 – JM. – Mencione e transcreva o poema da sua autoria com que mais se identifica com o seu sentido de Autor de poesia.

 

MARAVILHOSA PRIMAVERA

Bom dia Primavera!
Uma princesa do tempo,
Estás linda e sedutora
Com este brilhante olhar,
Uma face promissora.
O teu sorriso maroto
Vestida de multicolores,
Nos braços, campos verdejantes
Na cabeça as flores a desabrochar
Riachos que correm nos montes,
Tens o dom de nos encantar.
Gosto de ti Primavera!
Dás – me alento e alegria
Sair de casa e passear,
Sentir a brisa da manhã
Com teus perfumes vários,
Viver momentos em magia.
Ouvir o canto dos passarinhos,
Vê – los voar perto de mim
Ver o voltar das andorinhas,
Que fazem seus ninhos no meu beiral,
Podendo admirar do meu jardim.
Maravilhosa Primavera!
Em ti tudo tem cor e se renova…
Lindíssima aguarela que se pode pintar,
És flor, és natureza…És perfumada Rosa…

Rosete Cansado

9 – JM. – Mencione duas ou três razões por que há medo de ler poesia e o facto de os saraus poéticos terem pouca gente.

Incentivaria uma escola para declamadores?

Para se ler poesia temos que saber ler e bem. O que nem todos o fazem.

Não se pode ser inibido e ter receio de ler.

Os saraus poéticos têm pouca gente, porque as pessoas não estão habituadas a ouvir poesia e por vezes nem sabem muito bem interpretá-la. Mas felizmente, já foi pior.

Sim claro, deveria haver escolas para declamadores, acho que era um grande incentivo para quem gosta de poesia. São muito poucos os poetas, que sabem declamar poesia como deve ser…

10 – JM. – Que falta de apoios existe para a divulgação da poesia?

Os órgãos de Comunicação Social deveriam dar apoio com maior publicidade.

As Câmaras deveriam também no pelouro da Cultura dar todo o apoio, tanto logístico, como ajudar os poetas a publicarem.

O Ministério da Cultura subsidiar como o faz noutras artes e considerar que a poesia é também uma arte…

11 – JM. Verifica-se que hoje em dia existem uma grande quantidade de editoras. Na sua opinião acha que neste caso o poeta tem mais opção de escolha para a sua divulgação ser um sucesso, ou muitas delas faz dos escritores lucros e números?

O poeta tem mais opção de escolha, mas isso não é o mais importante pois quando os poetas têm confiança na sua Editora não anda a mudar, podem é participar em Antologias, para terem uma maior visão e conhecimento. Acredito que muitas Editoras façam dos Escritores lucros. Nos tempos que correm, cada um joga com as armas que tem. Creio que não devia ser assim! Mas infelizmente todos pretendem o mesmo.

12 – JM. Se já editou algum livro refira-nos quais e onde os podemos adquirir?

Editei a solo um livro em junho de 2014 “VIDA EM POEMAS”. Está na 3ª Edição. Pode ser adquirido nas Livrarias Bertrand de todo o País, caso não o tenham, poderá ser pedido à Livraria Bertrand de Aveiro e na Livraria Bulhosa Entrecampos, em LISBOA.

13 – JM. Hoje em dia a divulgação online está muito avançada, possui alguma pagina ou site onde podemos ver algum do seu trabalho literário?

Sim tenho duas páginas no Facebook que poderão visitar: VIDA EM POEMAS e DIÀRIO DO MEU SENTIR…

 

O QUE ENTENDE SOBRE SI E A ARTE POÉTICA.

Creio que já disse tudo sobre mim! Acrescento ainda que o meu sentir e escrever poesia vem de longe, enquanto trabalhei não escrevia, comecei a fazê-lo depois de reformada, pois como sou uma pessoa muito ativa, tinha que arranjar alguma coisa para fazer, comecei com os jogos no facebook e veio de novo o bichinho da poesia. Para mim é uma arte linda em que a nossa mente trabalha, chora, ri, canta, sofremos, mas a vida tem outro valor, diferente, porque nos apercebemos do bom e do mau e de que apesar de tudo a vida é maravilhosa, pois vivemos num patamar diferente, encarando as coisas duma forma mais positiva e mágica. Por vezes incompreendida, mas sempre com amor e esperança no coração. A poesia faz-me reviver e recordar coisas que já estavam no baú das recordações. Muitas vezes é dentro dele que encontro inspiração para os meus poemas.

Rosete Cansado (nome poético)

Jornal Mira online