1 – Perfil do Poeta:
a) Nome: VIEIRINHA VIEIRA
b) Profissão: ESCRITURARIA
c) Residente (localidade) Grijó – V.N.de Gaia
2 – JM. – Como se define em termos de ser humano?
Gosto de me dar aos outros, sou sensata, tento ser justa e muito autêntica, brincalhona, acima de tudo. Alguém com quem se pode contar.
3 – JM. – Os autores que mais o marcaram, foram autores poéticos ou outros? Mencione dois ou três.
No mundo da poesia sempre me identifiquei com Florbela Espanca, mas confesso que não é a poesia o meu tipo de leitura! Gosto de ler para absorver o mundo! Iniciei por Eça de Queirós, visto serem os livros a que, na adolescência, tinha mais acesso lá em casa devido ao facto de ter irmãos. Mas nos dias de hoje opto por livros que me suscitam interesse pelo seu índice. Mas leio José Saramago, `Verónica Roth, Augusto Cura, Osho , Margarida Rebelo Pinto, Helena Sacadura Cabral, Miguel Torga, Lusíadas e muitos outros. Nenhum me marcou individualmente deixando todos eles interferir no meu crescimento.
4 – JM. – De alguma forma estes autores que referiu, o levaram à escrita da poesia? Refira qual o Autor.
A poesia foi algo que sempre trouxe comigo, nunca por influência, sempre fui uma pessoa irrequieta e curiosa com muita habilidade com as palavras, mas também com muita dificuldade nestas. Gosto de aprender e ultrapassar minhas dificuldades. Como encaro a vida como um desafio, aprender para mim é outro. As ideias surgem e eu sinto uma vontade profunda de as expor.
5 – JM. – A aceitação do que escreve poeticamente é analisada por si em que “meios”? ( facebook, antologias, livros publicados, saraus poéticos e/ou outros)
Eu escrevo muitas vezes compulsivamente e muitas destas nem acho grande piada. Tenho tido uma recepção muito agradável da parte de colegas, amigos e algumas pessoas do mundo da escrita, o que tem sido um grande incentivo e ajuda-me para o crescimento. Um dos meios é através do Facebook. Consegui participar numa coletânea com 3 volumes e também numa antologia, mas gosto mesmo dos debates poéticos.
6 – JM. – Defina a razão das apreensões e dificuldades que os autores têm na edição dos seus próprios livros.
Eu penso que o facto de grande parte das pessoas pensar que qualquer um pode fazer um livro deixa-me constrangida de ser mais uma. Escrevo pela necessidade de o fazer e pela exploração do meu próprio eu e não tanto para que os outros vejam a quantidade de livros que tenho ou vendo.
7 – JM. – O que encontra de verdade no que escreve para considerar que é um Autor a ser consagrado?
Não procuro ser consagrada. Procuro reconstruir um Puzzle que a sociedade destrói constantemente, procuro acreditar na humanidade sendo eu humana e tentada muitas vezes para não o ser, procuro abrir consciências e mentalidade expondo-me como exemplo. Porque o mundo somos nós e se existe algo de errado no nosso mundo é porque nós estamos errados.
8 – JM. – Mencione e transcreva o poema que mais se identifica com o seu sentido de Autor de poesia.
É difícil … Sou uma pessoa extremamente intensa, todo o que escrevo de uma forma ou de outra sou eu! Sou um ser que se reconstrói constantemente. Não sou perfeita, mas a todos os momentos procuro estar no meu melhor! E o facto de ser criativa faz parte de mim como pessoa.
“EU SOU SIMPLES”
Quem sou?
Na verdade…
Simples…
Eu sou…
Simples…
Tenho defeitos,
Tenho virtudes.
Sou alegre,
Mas também choro.
Sou simples…
Vivo de momentos…
Tenho muitas marcas,
Cicatrizes…
Uma grande memória,
Recordações…
O que mais gosto?
Simples…
De um simples sorriso
Um breve olá,
Um corpo que fala
De me sentir…
Por baixo da minha pele,
Simples !
Vieirinha Vieira “EU”
9 – JM. – Mencione duas ou três razões por que há medo de ler poesia e o facto de os saraus poéticos terem pouca gente.
Incentivaria uma escola para declamadores?
A principal razão talvez seja o medo, a exposição “nu” a que obriga a poesia e dai o facto de nunca se dar uma verdadeira razão (a falsidade do poeta ou não) !
Eu quero pensar que a poesia é um mundo muito próprio ao qual ainda poucos conseguem lá chegar, tem admiradores e muitos críticos, quando digo muito próprio, refiro-me aos momentos de inspiração e necessidade de estar só, visto que a solidão é vista como fraqueza na nossa sociedade, uma desintegração total e eu olho-a como o meu mundo e muitas vezes sinto que estou a remar contra a tripulação inteira, mas consciente do meu rumo .
Os declamadores geralmente são seres que admiram a poesia e que a sentem como se eles próprios a tivessem escrito, não acredito que isso fosse ajudar!
10 – JM. – Que falta de apoios existe para a divulgação da poesia?
Nos dias de hoje, atravessamos grandes guerras, educacionais, sociais, políticas e a cultura não foi poupada. Penso que as pessoas têm medos, muitos medos incutidos muitas das vezes pela comunicação social e pensam morrer amanhã sem viver. Muitos nem noção tem do que é realmente viver e as pressas nunca dão bom resultado ! As interpretações muitas vezes não são reais, mas sim convenientes o que prejudica a poesia que muitas vezes é inconveniente !!
EM BAIXO ESCREVA O QUE ENTENDER SOBRE SI E A ARTE POÉTICA.
Descrevi-me na íntegra neste poema “EU SOU SIMPLES” .Quanto à arte poética é um desafio no qual ainda estou a iniciar, transcrevendo muito de mim e do meu imaginário em pequenos textos sentidos!
VIEIRINHA VIEIRA