Engarrafamentos e bloqueio de portos: camionistas espanhóis em greve devido ao aumento dos combustíveis

Milhares de camionistas iniciaram esta segunda-feira uma greve por tempo determinado em Espanha, levando a engarrafamentos e piquetes um pouco por todo o país vizinho. O protesto foi convocado pela Plataforma de Defesa do Sector de Transportes, que afirmou representar a maioria dos camionistas autónomos e pequenas e médias empresas de transporte rodoviário. As maiores empresas de transporte e sindicatos da Espanha não apoiaram a ação.

A greve conseguiu reduzir ou desacelerar o tráfego nas rodovias de todo o país, assim como o bloqueio de alguns portos – os camionistas em protesto foram também vistos a arremessar pedras a camiões que continuaram a operar ou a fazer piquetes.

A ministra dos Transportes espanhola, Raquel Sanchez, pediu calma esta 2ª feira e garantiu estar a trabalhar para que não haja escassez de materiais chave, mesmo que a greve consiga agravar um pouco os já tensos problemas nas cadeias de abastecimento. “Este não é o melhor momento para convocar protestos ou greves, e acho que todos concordam. Este é o momento de pensar no que podemos fazer para sair dessa situação e minimizar os efeitos dessa crise”, referiu, lembrando o impacto da guerra na Ucrânia.

A plataforma por trás da greve dos motoristas de pesados apontou que os altos preços dos combustíveis levaram muitos camionistas à beira da falência. Ainda não está clara a participação, embora a responsável do Executivo espanhol tenha garantido “não ser muito alto”.

Manuel Hernández, que lidera a plataforma por trás da greve, ameaçou que as consequências piorarão nos próximos dias. “Isso vai-se prolongar. O Governo pode dizer que não está a surtir muito efeito mas é só porque deixámos os camionistas transportarem o que precisam. Mas, por outro lado, já está a afetar supermercados que podem começar a ficar sem mercadorias”, anunciou nas redes sociais.

Francisco Laranjeira / Multinews