Em Reunião de Câmara, Gonçalo Magalhães responde à retirada de confiança política do PS

Jornal Mira Online está em condições de informar que, na Reunião de Câmara Ordinária ocorrida nesta terça-feira, 5 de Maio, foi apresentada, para conhecimento, a carta enviada pela Comissão Política do Partido Socialista – Concelhia de Cantanhede à Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Helena Teodósio.

Mediante a apresentação da carta, o Vereador Gonçalo de Aguiar Magalhães, agora independente, apresentou a seguinte declaração:

“Em 2017 fui convidado pelo Partido Socialista para a Campanha Autárquica desse mesmo ano. Aqui, vi uma oportunidade, seguindo a tendência do país, de mudar a doutrina que desde há muito tem vingado em Cantanhede. Honrosamente aceitei o convite, convencido que teriam convidado um jovem que até então teria mostrado na sua vida cívica, valores de cidadania e ideais socialistas que seriam positivos para o pensar sobre o desenvolvimento e prosperidade do Município de Cantanhede. Com essa mentalidade, em consciência, me apresentei ao cargo para o qual fui eleito, sempre fiel aos meus valores, os mesmos que me haviam sido reconhecidos à data do convite para o ato eleitoral. Recordo o facto de que ser um “jovem”, foi o argumento utilizado para a polémica interna que adveio de um cidadão que nunca procurara a via política até então, ter sido chamado a defender os interesses da população em cargo, diga-se “apetecível”, para alguns.

Mas agora questiono: a voz desse jovem tem legitimidade ou serve apenas de rosto de mentalidade moderna e dinâmica para a voz conservadora?

Aceite o desafio, predispus-me a defender o interesse de Cantanhede, aguardando por eventuais linhas orientadoras claras para fazer boa oposição e fiscalização ao atual executivo que legitimamente está em exercício. Deixo claro, que fui aguardando as ditas linhas orientadoras que complementariam um programa político alternativo forte, bem delineado e de claro sentido de desenvolvimento. Fui aguardando propostas de alternativa que não se limitassem ao “não” cego e desprovido de argumento. Foi-me apelado a “fazer oposição”.

Em consciência, afirmo que oposição não se resume a estar contra algo proposto pela “outra parte”. Oposição, é defender o interesse mais alto da população, defendendo estratégias globais idealizadas através de pequenos atos de intervenção pública. O objetivo da oposição é promover um debate político de qualidade entre as diversas opções políticas existentes que informe o processo de tomada de decisão dos cidadãos e das instituições. Em minha opinião, uma boa oposição passa por acrescentar algo de melhor ao que já está bem feito, propor algo de diferente ao que não pareça ser o que nos leva ao melhor caminho e refutar o que claramente está mal feito.

A formalização do desacordo da Concelhia Política (que respeito) e a oportunidade escolhida apenas vêm revelar as prioridades e o foco do grupo político que até aqui representava.

Assumo todos os meus atos, todas as minhas reflexões, todas as aprendizagens e todo o crescimento cívico que este projeto me tem proporcionado.

Essa tem sido e será a minha doutrina de serviço público ao cidadão. Tal como na altura, continuo ao dispor do cidadão, agora como Vereador independente, livre, desprovido de pressões políticas, de “politiquices” e com vontade de dar o melhor que sei a Cantanhede, pelos de Cantanhede”.

Esta decisão será, ainda, apresentada à Assembleia Municipal em reunião agendada para o mês de Junho.

Entretanto, Gonçalo Magalhães reafirmou, à reportagem do Jornal Mira Online, a sua “firme disposição para continuar a dar o meu melhor ao Concelho que me viu crescer. É nele que resido, é nele que me vejo a residir por muitos anos e espero, sinceramente, poder continuar a contribuir para a melhoria de condições de vida dos meus concidadãos! Há muito por fazer e quero ser, também eu, parte integrante de um futuro melhor para as nossas populações…”

Francisco Ferra / Jornal Mira Online