EM PROTESTO: Pais fecharam a cadeado a EB 2,3 de Febres

24.10.2022 –

Pais dos alunos confessam-se “muito preocupados” com um recente caso ocorrido na escola.

No passado dia 4, alguns alunos da Escola Básica 2,3 Carlos de Olveira, localizada em Febres foram protagonistas de um caso que foi, inicialmente, classificado como “bullying” e que deu azo, inclusive, a uma reportagem televisiva na altura.

Entretanto, o Jornal Mira Online foi notificado por alguns pais, de que o caso “está longe de se tratar de bullying” e que, na realidade, tudo se terá tratado “de uma violação” pois, segundo os mesmos, “tratou-se de dois alunos terem, através do uso de uma cenoura, violado um outro, com diversos outros alunos a testemunharem esse triste episódio”.

Assumindo estarem, todos “bastante chocados e preocupados”, os pais confessaram-se “incrédulos com a inação da Direção da Escola” que, segundo os próprios, “tem tentado abafar um caso gravíssimo”. Denunciando que os dois alunos em causa “continuam andando normalmente na escola como se de nada tratasse, enquanto a vítima teve de ser assistida no hospital”, esses pais alegam que “toda a verdade desse caso só veio a tona por conta do menino ter sido assistido na unidade hospitalar, tendo feito exame de corpo de delito… senão, tudo seria encoberto por quem deveria tomar atitudes sérias em relação a isso!”

Os pais denunciam, ainda, que “a vítima está a receber assitência psicológica, quase não comparecendo às aulas, enquanto os dois agressores continuam a circular livremente pelo espaço escolar” o que é “alarmante para todos os que têm os seus filhos aqui em aulas, já que nunca sabemos o que mais poderá vir a ocorrer a todo momento”. O que eles pretenderam, com a ação desta manhã, tendo encerrado a escola a cadeado, “foi denunciar que a Escola não está a agir corretamente, não tendo passado aos pais e encarregados de educação, a verdade dos factos e, pior ainda, estar a acobertar um crime, pois é disso o que se trata, colocando paninhos quentes e assumindo apenas ter havido um bullying o que, por si só, já seria grave!”. 

Confrontados pela reportagem sobre se já teriam falado com a Direção da Escola sobre o sucedido, todos foram unânimes em dizer que “sim!”, mas apenas ouviram “da boca de quem tem a incumbência de tomar atitudes, um mero “tenham calma” num jogo de responsabilidades empurradas de um lado para o outro, já que dizem não ser das suas competências tomarem ações… e, enquanto isso, já se passaram quase três semanas e nada foi feito de concreto!”

Uma das pessoas que estiveram presentes ao início da manhã na porta da Escola esclareceu os “três pontos primordiais pelos quais estamos aqui a dar a cara neste momento”. O primeiro ponto é “o de querermos e exigirmos justiça para quem foi agredido de uma forma tão brutal”, o segundo trata-se de “que as crianças que estão na escola, juntas com os agressores, sejam verdadeiramente protegidas, e não, simplesmente estarem a mercê de uma eventual outra ação desse gênero!”. Quanto ao terceiro motivo, este trata-se de “serem tratados os agressores, com acompanhamentos psicológicos ideais pois, sem acompanhamento necessário, o que nos garante que eles, daqui a cinco ou dez anos não venham a fazer o mesmo ou partirem para atitudes ainda mais graves?”

Para os pais, se esta situação não for tratada “com ações concretas e urgentes” , no fundo, “a sociedade como um todo, estará a normalizar um crime horrível” passando uma “mensagem errada de que atos como este podem ocorrer, sem que haja consequências para quem os faz” e isso, segundo os próprios, “é o que não pode ocorrer de modo algum, para bem de uma sociedade em que todos saibam usufruir da liberdade conquistada no 25 de Abril que implica, também ela, a necessária responsabilização de todos…”

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Com a presença de duas viaturas da GNR, cujos militares conseguiram sempre controlar a situação nos momentos mais nervosos com a necessária serenidade, os portões foram abertos, após o cadeado ter sido quebrado, para que os alunos pudessem entrar no espaço escolar. A presença do Diretor do Estabelecimento de Ensino aconteceu alguns minutos depois das 08:30 horas, tendo sido, este, on único momento de maior revolta de quem ali estava, já que não existiu da parte do mesmo, nenhuma abertura para que pudesse existir uma reunião entre os pais e a Direção e onde a situação pudesse ser aclarada, como era pretendido pelos mesmos.

Jornal Mira Online tentou por algumas vezes (até este momento), telefónicamente contatar o Diretor, para solicitar-lhe uma entrevista onde pudesse dar a sua versão dos factos sem, entretanto, conseguir ser atendido por ele. Também foi contatada a CPCJ para o mesmo efeito, visto que os alunos em causa estão referenciados e, também ainda não chegou uma resposta à redação sobre a pretensão de serem feitas questões que possam esclarecer o sucedido.

Jornal MIra Online

 

Nota da Redação: Continuaremos os contatos, até que possamos saber de ambas as Entidades (Escola e CPCJ) as suas versões sobre o assunto denunciado pelos pais na manhã desta segunda-feira, 24 de Outubro de 2022.