O Jornal Mira Online e a Rádio Mira Online, realizaram um debate intitulado “O PAPEL DE COIMBRA NAS LEGISLATIVAS 2015”, na noite da passada sexta-feira, dia 11 de Setembro. O debate contou com o apoio da Câmara Municipal de Mira e do SRL – Sempre a Resistir e Lutar, e aconteceu no auditório do Mira Center.
Estiveram presentes personalidades não somente de Mira e arredores, como também de outros quadrantes do Distrito de Coimbra, formando um público composto pelas mais diversas forças políticas que estarão, entre tantas outras, a concorrer nas próximas Eleições Legislativas que acontecerão no próximo dia 4 de Outubro. O critério para o convite endereçado pelos Jornal e Rádio Mira Online e o SRL, foram os da atual composição do Parlamento (PSD/CDS, PS, CDU e BE) para além de mais duas convidadas aleatoriamente (PNR e AGIR/PTP/MAS). Era, de todo, impossível estarem presentes no debate TODAS as forças concorrentes no pleito do próximo mês…
A mesa foi composta pelos seguintes candidatos: Maurício Marques (PSD/CDS), Carlos Monteiro (PNR), Helena Freitas (PS), Sílvia Franklim (AGIR/PTP/MAS), José Manuel Pureza (BE) e, finalmente, Manuel Rocha (CDU), e a mediação ficou a cargo do conhecido jornalista mirense, António Veríssimo.
Com uma duração de pouco mais de duas horas, foi perceptível, desde o primeiro instante, a dificuldade que o moderador encontrou para tentar “trazer à Coimbra”, o debate, pois, a natural tendência de TODOS os concorrentes, foi à de “discutir de uma forma mais global os assuntos”, conforme foi dito várias vezes pela candidata Sílvia Franklim.
Um dos assuntos mais prementes e que mereceu uma maior “visibilidade” foi a Linha urbana do metro de superfície. A primeira palavra foi dada por José M. Pureza, que assumiu a sua ala política (BE) como “alternativa às atuais políticas da direita”, incluindo o “compromisso da Linha do metro que anda há muitos anos no papel, e nunca de lá saiu”, ao que Maurício Marques (PSD/CDS) rebateu alegando que tem “estado o mais próximo do eleitorado”, e que tem denunciado a este a herança que “foi deixada.. uma bancarrota. O governo teve de procurar, durante estes anos colocar as contas nos eixos”
A candidata do PS, Helena Freitas, preferiu centrar sua ação no debate a “dizer ao que vem”, nesta que será a sua primeira atuação legislativa, após tantos anos de vida académica. Disse tomar “este compromisso com uma responsabilidade acrescida”, afirmando, logo a seguir que “o Distrito tem sofrido muito em muitos aspetos. Hoje tenho um retrato mais realista: há necessidade de se pensar as acessibilidades, e, também a questão da floresta é muito importante, já que muitas localidades vivem delas, também”.
Carlos Monteiro (PNR) foi enfático nas suas intervenções ao afirmar que “a situação do país é deplorável, com inúmeros exemplos de fábricas como a Triunfo, em Coimbra, que trazem imenso desemprego e emigração jovem”. Para deixar ainda mais vincada a forma de pensar do seu partido, frisou que “precisamos entregar Portugal aos portugueses”, e que “os portugueses estão farto de papagaios… todos dizem que tem solução, mas ninguém age”.
Manuel Rocha (CDU), com uma intervenção “ao estilo CDU”, foi sempre incisivo nas suas declarações, defendendo que é necessário – mais que isso, uma obrigação – que “todos os eleitos por Coimbra defendam as suas populações, como no caso dos fortes ataques que têm acontecido no setor da saúde”. Também tocou no assunto da pesca, afirmando que “os homens que não vão ao mar também necessitam de comer, assim como há um outro problema grave que nunca se resolve: a a floresta, que está desestruturada e que é um quebra-cabeça para as autoridades e também para os bombeiros”.
Sílvia Franklim (AGIR/PTP/MAS) preferiu centrar o seu discurso em assuntos mais “gerais”, procurando “colar” cada situação por si desenvolvida, no Círculo de Coimbra, pelo qual concorre às Legislativas. Esta jovem candidata superou uma certa timidez inicial com um discurso de “esquerda” que lhe “cai como uma luva”. Para ela, “populações inteiras ficaram privadas da utilização de um meio de transporte digno e esperado há muitos anos… o metro de superfície. Na realidade, é preciso combater esta política de privatizações, que acaba por vender o país”.
Fez, ainda, questão de lembrar que “o tecido empresarial de Coimbra é hoje um “cemitério” e isto acabará por criar, num curto/médio prazo, um decréscimo populacional”.
Por fim, Maurício Marques (PSD/CDS) tratou de tentar defender “a sua dama”, o governo. Rebateu todos os ataques que vinham desde a sua direita à esquerda, quando foi confrontado com casos como o metro de superfície ou os estaleiros do Mondego. Afirmou que “aqui mesmo, nesta sala, foi assinado um protocolo de estudos do mar, visando uma atitude que corrija os problemas atuais no caso da Arte-Xávega, por exemplo”. No que se refere às acessibilidades, disse ser “urgente uma Auto Estrada Coimbra-Viseu para uma maior dinamização económica”. Já no que se referia ao “Metromondego” e aos “Estaleiros do Mondego”, nas suas palavras ficaram vincadas a convicção de que “o Metromondego foi um grande exemplo do que não se deve fazer e os “Estaleiros do Mondego” serão muito melhores se forem administrados por gestores ligados a esta área”.
Este foi “o retrato possível” deste debate organizado pelo Mira Online. Não é possível retratar tudo o que foi dito e, desta forma, foi necessário contar em “rápidas pinceladas” o essencial de pouco mais de duas horas. As “cartas estão na mesa”. Os candidatos desdobraram-se em argumentos para tentar angariar mais alguns votos. E, o público, que também interveio a espaços, saiu do Mira Center, seguramente, mais esclarecido.
Alguns pequenos erros aconteceram aqui e acolá… algumas divergências. Mas, sobretudo, as ideias foram colocadas e debatidas. Argumentadas e contra-argumentadas para que se saísse daquele honroso espaço com a sensação de que aconteceu um momento importante de cidadania.
Os Jornal e a Rádio Mira Online sentem-se orgulhosos de terem contribuído de alguma forma com uma maior percepção da realidade atual e do que nos espera num futuro que começa já a partir do dia 4 de Outubro. O Mira Online agradece o intenso apoio recebido por parte da Câmara Municipal de Mira e do SRL – Sempre a Resistir e Lutar pois, sem as suas valorosas contribuições a todos os níveis, nada disto teria sido possível.