Mais de duas centenas jovens participaram no debate sobre Cidadania, Desigualdades(s) e Prevenção da Violência organizado pelo Município de Cantanhede e o Núcleo de Apoio às Vítimas de Violência da Associação Fernão Mendes Pinto, no âmbito do roteiro Cidadania em Portugal que a ANIMAR–Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local tem vindo a promover localmente.
A iniciativa decorreu ontem, 24 de outubro, no salão do Centro Social e Paroquial de São Pedro, com a presença da presidente da Câmara Municipal, Helena Teodósio, e de representantes de diversas entidades com intervenção em processos relacionados com as temáticas debatidas, designadamente Adérito Machado, vereador da Ação social e Presidente do Conselho Local de Ação Social, Mónica Travessa, Procuradora-Adjunta Ministério Público do Tribunal de Cantanhede, Anabela Mendes, Sargento-ajudante e Chefe do Núcleo de Investigação e de Apoio a Vitimas Específicas do Comando Territorial da GNR de Coimbra.
Presentes estiveram ainda Luísa Rego, representante da ANIMAR–Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local, Marta Santos, Coordenadora do Núcleo de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica de Cantanhede, bem como a jornalista Teresa Campos e o fotógrafo José Carlos Carvalho, da revista VISÃO, autores da exposição “Aqui Morreu uma Mulher”, que a partir de 25 de outubro poderá ser vista na Praça Marquês de Marialva, depois de ter estado patente ao público nos Claustros do Paços do Concelho e no Centro Social e Paroquial de S. Pedro. A exposição foi concebida em 2015, no âmbito do projeto Parar, Pensar, Agir pela Igualdade, para assinalar os 15 anos da violência doméstica enquanto crime público, e Helena Teodósio partiu desse “retrato de uma realidade tão dramática” para enfatizar o interesse e atualidade do debate no âmbito de uma iniciativa que congrega entidades dedicadas às causas da cidadania e da prevenção da violência.
A autarca congratulou-se com a presença “de tantos jovens nesta sessão que interessa ou deve interessar a todas as gerações, mas que adquire maior alcance e maior significado perante esta audiência que seguramente está consciente e motivada para a representação de papeis sociais consentâneos com os valores do humanismo, da cidadania e do respeito pelas pessoas, independentemente do seu género raça ou condição social”.
Referindo-se ao desafio que convoca as novas gerações para “a construção de uma sociedade em que os problemas da violência, da discriminação e outros sejam diluídos na afirmação dos mais elevados valores e princípios da dignidade humana”, Helena Teodósio afirmou que “os agentes públicos estão confrontados com a exigência de acionarem respostas para todos para a violência reiterada em contextos em que por vezes não é fácil intervir, a violência de género, a violência contra idosos, a violência no namoro, enfim, todos os tipos de violência”.
A este propósito, a líder do executivo camarário sublinhou que “o Município de Cantanhede é associado da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, que de resto faz parte do Conselho Local de Ação Social, no âmbito do qual e com base nos mecanismos de que a Rede Social do Concelho dispõe para identificar e sinalizar as situações de violência doméstica, estão protocolados os procedimentos a adotar no sentido de apoiar as vítimas”. Outra iniciativa da autarquia neste âmbito é núcleo apoio à vítima violência doméstica que está a funcionar na Casa Francisco Pinto, por iniciativa da Câmara e da Associação Fernão Mendes Pinto, um projeto que segundo Helena Teodósio “constitui sem dúvida uma resposta para um problema que queremos eliminar, combatendo as suas causas e criando quadros de referência suficientemente mobilizadores para criarem um amplo movimento coletivo contra a indignidade de tal chaga social.