Há alunos com necessidades educativas especiais que continuam a ser confrontados com a falta de docentes, dois meses depois da abertura do ano letivo.
A presidente da Associação Portuguesa de Deficientes diz, à Renascença, que, até finais de Outubro, foram contratados metade dos professores que estiveram nas escolas no último ano letivo. “No ano anterior tínhamos 2.097 professores de ensino especial e este ano estamos com cerca de 1.000. Isto é praticamente metade do número de docentes que foram contratados o ano passado”, sublinha Ana Sesudo. A associação dá alguns exemplos: O agrupamento de escolas de Castro Marim tem “apenas três professores para 29 alunos”, a escola secundária de Loulé tem “um único professor de ensino especial para 28 alunos” e a escola de Pardilhó tem “um único professor colocado” para 36 alunos com necessidades educativas especiais. Em declarações à Renascença, Ana Sesudo sublinha que “se a situação
nos outros anos era grave, este ano já não temos adjetivos para atribuir”. “Eu recebi hoje a denúncia do caso de um aluno com multideficiência que não tem acompanhamento na escola e, portanto, a solução da escola foi que a hora do almoço tinha de ser feita na casa do aluno e não na escola. Sei que existem mais casos assim”, revela a presidente da Associação Portuguesa de Deficientes. A Renascença avançou esta quinta-feira que a dívida do Estado aos
colégios de ensino especial é superior a 600 mil euros, o que coloca muitos colégios numa situação financeira difícil e já com salários em atraso. Fonte do Ministério da Educação, garante que dentro de poucos dias estas verbas estarão desbloqueadas e será dada autorização de transferência.