20.9.2024 –
Os incêndios dos últimos dias levaram a que o Governo, “em articulação” com o Presidente da República, tomasse a iniciativa de decretar nesta sexta-feira, o dia de “Luto Nacional” para “expressar em nome do povo português o profundo pesar e solidariedade para com as vítimas trágicas” dos incêndios. E, convenhamos, era o mínimo que podia ser feito, perante tamanha tragédia que parece ser “anunciada” a cada Verão, em Portugal Continental.
Muito por culpa de eventuais mãos criminosas, é necessário que percebamos que, o (des)ordenamento da floretsta também contribui, em muito, para que incendiários se aproveitem dela e, por qualquer meio que seja, realizem verdadeiros crimes ambientais, contra o património, contra a fauna e a flora e, claro, contra as pessoas. Urge que exista, de uma vez por todas, um consenso alargado, que vá dá parte mais direita do Parlamento e da sociedade à mais esquerda, no sentido de ser colocada em prática, de uma vez por todas, uma verdadeira e necessária revolução no que se refere aos incêndios.
Sob pena de assistirmos horrorizados, porém quedos, ano após ano, catástrofes mais ou menos mediáticas, é necessário que toda a sociedade seja engajada no processo, e participe ativamente dando a sua contribuição, no sentido de existir um novo paradigma no que se refere às ações que interrompam, de uma vez por todas tal flagelo!
Ninguém em sã consciência pode dormir descansado perante a perda horrenda de vidas humanas! As pessoas que perdem as suas vidas ao serem engolidas pelo fogo descontrolado, tantas vezes causado por criminosos, merecem ser respeitadas… e, o respeito à elas, tem de ser demonstrado através de atitudes que façam a diferença para quem cá está.
Façam-se debates produtivos, façam-se alianças, façam-se novas leis… faça-se o que for preciso para que a sociedade compreenda que a esta aparente inevitabilidade pode ser tranformada num rontundo “não” à tão tristes momentos.
Portugal precisa de mais e melhores ações, de bombeiros que se sintam dignificados todos os dias e não somente quando são chamados às pressas, de uma Proteção Civil forte e perfeitamente articulada, de um controlo (ainda) mais apertado no combate à negligente falta de limpeza de áreas que devem ser limpas, para além de que os criminosos (os que cometem os crimes e, também, os que os ordenam!) fiquem atrás das grades por um tempo bastante grande, a fim de que sirvam de exemplo para outros que possam ter ideias absurdas, como a de queimar uma floresta.
Portugal necessita, urgentemente, de atitudes. E, no que a isso se refere, “ontem já era tarde!”
Jornal Mira Online