Cantanhede deu mais um importante passo na sua afirmação como concelho de referência na gestão de resíduos urbanos. Com a profunda requalificação e modernização do Ecocentro Municipal, a antiga infraestrutura de deposição de resíduos sólidos urbanos da INOVA-EM duplicou a sua capacidade de recebimento e de armazenamento relativamente à que existia antes das obras, estando agora dimensionada e equipada para receber e separar por tipologia 696,89 toneladas/ano.
No ato solene que assinalou a abertura do novo ecocentro, em 23 de fevereiro, a presidente da Câmara Municipal, Helena Teodósio enfatizou a sua importância “para o reforço da sustentabilidade ambiental, objetivo que está no centro das prioridades do Município e que tem vindo a ser concretizado pelas equipas profissionais, motivadas e dinâmicas que trabalham diariamente na construção de um concelho cada vez mais desenvolvido, um concelho em constante crescimento, com cada vez mais qualidade de vida e bem-estar”.
O investimento, realizado por empreitada, no valor de 662.400 euros, mais IVA, é cofinanciado pelo POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos, na sequência da candidatura submetida pela empresa municipal de Cantanhede para obtenção de apoio no âmbito da rúbrica Projetos Inovadores de Recolha Seletiva.
A autarca lembra “mais dois investimentos complementares importantes, nomeadamente uma viatura pesada com grua, no valor de 180.000 euros e o ecocentro móvel, no valor de 20.000 euros, sublinhando que o investimento total ascende a 862.400 euros, o que só por si dá para perceber a relevância da capacidade operacional de todo o sistema integrado em torno do ecocentro”.
Instalado na Zona Industrial de Cantanhede, numa área aproximada de 11.954 m2, a infraestrutura recebe atualmente cerca de 50% do total de resíduos para reciclagem, sendo os restantes recolhidos pelo sistema multimunicipal, em ecopontos coletivos ou através de recolha porta-a-porta no pequeno comércio, conforme adiantou Idalécio de Oliveira, presidente do Conselho de Administração da INOVA-EM, que salientou ainda o facto de “o Ecocentro Móvel ter recolhido, em apenas dois meses, cerca de 2,5 toneladas de resíduos de pequena dimensão”.
Agora, diz aquele responsável, “a empresa tem a intenção de gerar sinergias com escolas, associações e empresas, constituindo-se assim como o pilar de ligação entre a necessidade de recolher seletivamente outros resíduos passíveis de valorização, que não exclusivamente embalagens de papel/cartão, plástico, metal e vidro, e o seu posterior encaminhamento para operações de tratamento e valorização”.
Nada se faz sem apoio e daí a importância de estabelecer parcerias, fundamentais para o sucesso deste projeto”, salientou Idalécio Oliveira, para quem “o investimento no ecocentro constitui “mais um passo importante no reforço da operacionalidade da empresa municipal, neste caso no campo da recolha e separação de resíduos sólidos urbanos”.
Com o novo sistema de gestão do ecocentro, que inclui equipamentos adicionais em cumprimento dos requisitos de qualidade e eficiência aplicáveis, a infraestrutura reúne todas as condições operacionais, de segurança e ambientais adequadas ao armazenamento temporário e transporte de materiais, encontrando-se perfeitamente alinhado com as orientações e prioridades do Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos 2020 e a estratégia de intervenção do POSEUR nos resíduos.
O investimento faz parte de uma operação que tem por objetivo a criação de um novo sistema de recolha seletiva com cobertura integral do território municipal, para determinadas frações contidas nos resíduos urbanos, nomeadamente materiais perigosos como têxteis, madeiras, CD, DVD, consumíveis informáticos, tintas, vernizes, termómetros de mercúrio, entre outros, proporcionando aos cidadãos e empresas um centro de proximidade para deposição de resíduos que, pelas suas caraterísticas, não podem ser colocados nos tradicionais ecopontos ou não é viável a sua recolha porta-a-porta.
O Ecocentro de Cantanhede dará também apoio a ações de educação e sensibilização ambiental, onde se promovam cursos, workshops e oficinas, com o intuito de envolver a comunidade local para a prevenção e redução da produção de resíduos, reutilização e recuperação de materiais e preparação para a reutilização e reciclagem.