A Biblioteca de Cantanhede acolheu no dia 1 de julho, a inauguração da exposição ECOar (-te) Sobre Tráfico Humano – Quadros e esculturas. Composta por trabalhos elaborados por estudantes de Artes Visuais da Escola Básica e Secundária Quinta das Flores (Coimbra) utilizando materiais recicláveis para o efeito, a mostra está patente ao público neste equipamento cultural até ao próximo dia 31 de julho.
Entre outras pessoas, a sessão contou com a presença de Pedro Cardoso, Vice-presidente do Município de Cantanhede, Vera Carnapete, Psicóloga Clínica e Coordenadora da Delegação Centro da Associação para o Planeamento da Família), Marina Cação, Psicóloga Clínica), Iara Espírito Santo, Psicóloga Clínica Júnior), Lisandra Lopes, Educadora Social, Marina Pacheco, Professora de Desenho A dos alunos responsáveis pelas obras – 10ºD e Olívia Marques, Diretora de Turma do 10ºD, em representação da Escola Básica e Secundária Quinta das Flores (Coimbra). A iniciativa contou, igualmente, com a presença de André Martins, um dos alunos participantes na mostra.
Na sessão de abertura Pedro Cardoso, vice-presidente da Câmara Municipal felicitou “todos os envolvidos nesta iniciativa”, sublinhando importância desta exposição que “versa sobre uma temática da maior atualidade e pertinência que alerta para um flagelo grave, infelizmente tão presente nas sociedades atuais. Para além do valor artístico, e da particularidade de ter sido realizada em contexto escolar, que é um desafio ainda maior, pela dimensão da educação para a cidadania, cresce a lógica de sustentabilidade ambiental inerente pois resulta da utilização de materiais recicláveis”.
O autarca salientou ainda o valor desta exposição “perante a qual ninguém pode ficar indiferente, perante a dimensão e a gravidade da problemática do tráfico de pessoas, uma realidade que continua a acontecer, também em Portugal e na nossa região, aquilo a que podemos chamar a escravatura dos tempos modernos. Este tem de ser um compromisso de todos, lutar contra este atentado à dignidade humana, esta violação dos direitos humanos, este tipo de crime. um crime, É importantíssimo informar, consciencializar, sensibilizar, prevenir e denunciar este flagelo que é o tráfico de pessoas”.
A exposição surge no âmbito de uma das campanhas realizadas pela Equipa Multidisciplinares Especializadas para a Assistência a Vítimas de Tráfico de Seres Humanos (EME) Centro, designadamente relativa ao “Dia Mundial Contra o TSH”, que se assinala, todos os anos, a 30 de julho.
O desafio colocado aos alunos participantes na iniciativa, do 10º ano de Artes Visuais, da Escola Básica e Secundária Quinta das Flores (Coimbra), foi o de criarem peças artísticas, esculturas e pinturas, com recurso a materiais recicláveis, que possam consciencializar e despertar a população em geral para esta dramática realidade, muitas vezes, invisível.
Esta exposição apresenta um cenário intimista, profundo e sombrio – tal como o Tráfico Humano – procurando envolver o visitante nesta dura realidade e, ainda, sensibilizá-lo/a para a importância do aumento da vida útil dos materiais e da preservação do meio ambiente.
Recorde-se que as obras expostas encontram-se disponíveis para venda, com os lucros a reverterem a favor das EME.
O Tráfico de Seres Humanos (TSH) é um crime contra a liberdade pessoal, constituindo uma grave violação dos Direitos Humanos. O(s) indivíduo(s) que comete(m) este crime recruta(m), transporta(m), alberga(m) e recolhe(m) pessoas, com a finalidade de as explorar (e.g.: escravatura ou práticas similares a esta, exploração laboral, exploração sexual, extração de órgãos humanos, trabalho e/ou serviços forçados e servidão).
Perante o aumento deste género de crime, surgiram as Equipas Multidisciplinares Especializadas para a Assistência a Vítimas de Tráfico de Seres Humanos (EME), que cobrem todo o território nacional (Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve). Estas cinco equipas asseguram uma linha telefónica direta (24h) – diariamente – e podem estar envolvidas no decorrer da Sinalização, da Identificação e da Integração de presumíveis vítimas deste crime. Nesse sentido, visam garantir a sua qualidade de vida e segurança, aumentar a sua autonomia e, ainda, reduzir as discriminações associadas a esta realidade, de modo a empoderá-las face às vulnerabilidades sentidas, promovendo a igualdade de oportunidades e a inclusão social. A equipa – EME Centro – está sediada em Cantanhede e apresenta, conforme referido, uma resposta dirigida a toda a Região Centro do país.