“É inevitável que açorianos sejam afetados” por conta das deportações nos EUA

15.01.2025 –

“Associação de Emigrantes Açorianos prepara medidas para acolher eventuais deportados, mas lembra que foi durante o primeiro mandato de Donald Trump que menos emigrantes açorianos regressaram aos Açores”, diz a Rádio Renascença

20 de Janeiro é o primeiro dia do novo mandato de Donald Trump. O futuro presidente dos Estados Uindos fez, sempre, uma bandeira de campanha, a deportação de ilegais no país. Por conta disso, o Governo açoreano está a ultimar um plano de contingência, por forma a acolher os concidadãos deportados e que, segundo os cálculos oficiais, poderão ser “centenas”.

Em declarações à Renascença, Andrea Moniz, da Associação de Emigrantes Açorianos, diz que há, tal como no passado, a possibilidade de serem deportados cidadãos do arquipélago. No entanto, embora não tendo um número em perspetiva, a responsável não acredita que esse número seja comparável com o de outras nações. “Sim, há emigrantes na América que não têm documentos, por isso, há essa possibilidade. Mesmo em termos estatísticos, nos últimos anos, durante o seu primeiro mandato [de Trump] houve alguns, mas não muitos [deportados]. Mas, é inevitável que os açorianos sejam afetados, mas eu não acho que os números venham a ser tão altos como em algumas nacionalidades”, aponta.

Emprego, habitação e apoios sociais estarão na mira das autoridades dos Açores  Andrea Moniz adianta que “Está a ser feita uma preparação com o governo e com outras organizações para encontrar lugares para viver, acesso à saúde, educação, apoios sociais e emprego. Ajudamos em tudo aquilo que podemos”, afirmou a responsável pela Associação de Emigrantes Açorianos que, entretanto recorda que foi durante o primeiro mandato de Donald Trump que menos emigrantes açorianos foram deportados. “Em 2017 foram 20, em 2018 foram 25, em 2019 foram 18, em 2020 foram 11 e cinco em 2021”, assinalou, acrescentando que o maior número de deportações para os Açores, a partir dos Estados Unidos, aconteceu entre 1997 e o ano de 2013, durante as administrações de George Bush e de Barack Obama. “Nessa altura foram obrigados a sair da América mais de 800 açorianos que viviam em situação irregular”, referiu.

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