O artista Bairradino Duarte Henriques expôs, em imagens, a canção de todo um povo!
Que o Fado representa Portugal em todos os cantos do planeta, todos sabemos. Que é Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, também. Que é capaz de elevar o espírito de quem o escuta, sabemos ainda mais!
É por esse sentimento que poucos conseguem definir ao ouvir vozes melodiosas como Carminho, Camané, Mariza ou mais antigos como Carlos do Carmo ou a Diva Amália, que o fotógrafo Duarte Henriques se propôs, em conjunto com a Biblioteca Municipal de Cantanhede, a levar ao público, um pouco do muito que a arte fadista contém.
Na verdade, a qualidade das imagens obriga o articulista a fazer uma retificação: é melhor chamar-lhe “artista” e não “fotógrafo”, pois Duarte não se limita a fotografar: sua objetiva em movimento procura revelar a cada instante toda a aura que envolve o click que escolheu para retratar.
Fado, fotografias, adereços… tudo em conjunto, tudo escolhido metódicamente para que, quem se desse ao trabalho de ver in loco a exposição, saísse do átrio da Biblioteca cantanhedense com a saborosa sensação de que valeu a pena…
Durante Novembro, o Fado se fez com graça, beleza e sonoridade pelos lados da Bairrada. Tudo tão bem elaborado e exposto com tal simplicidade e beleza, que muitos poucos terão lembrado que o Fado fugira, por algumas semanas, do Bairro Alto, de Alfama ou da Baixa de Coimbra.
Duarte Henriques planeia levar ainda, a outros sítios, a sua exposição. Que outros Municípios se sintam tentados a seguir as pisadas que Cantanhede ousou fazer… em nome da qualidade artística, da Cultura com “C” maiúsculo e da descentralização mais que necessária, capaz de levar a todos e a todo lado, o que de melhor Portugal tem para oferecer, não somente a quem o visita mas, também, para quem tem a felicidade e o orgulho de nele viver!
Jornal Mira Online