Doente transplantada desperdiçou quase 200 caixas de comprimidos

13.2.2024 –

A descoberta já foi reportada aos hospitais da Universidade de Coimbra e o mais provável é que seja tudo deitado ao lixo. São milhares de comprimidos prescritos para uma mulher de 32 anos.

Quase 200 caixas de comprimidos, dentro e fora do prazo, foram encontradas em casa de uma doente transplantada nos hospitais da Universidade de Coimbra. A descoberta já foi reportada à unidade de saúde e o mais provável é que seja tudo deitado ao lixo.

São milhares de comprimidos prescritos para uma mulher de 32 anos transplantada ao fígado em 2016 nos hospitais de Coimbra. Saiu de casa e deixou para trás medicação imprescindível ao tratamento. O ex-companheiro fez a recolha e pediu a amigos que a devolvessem.

São quase 200 caixas de medicação, a maioria fora de validade e todas de prescrição gratuita.

A descoberta foi reportada aos hospitais da Universidade, agora ULS, que pediu a uma das farmácias de Pinhel para receber tudo e fazer chegar aos serviços farmacêuticos de origem.

O preço de venda ao público é elevado, mas o custo de aquisição hospitalar é muito inferior. Nas contas da direção farmacêutica da Unidade de Saúde, o prejuízo não deve ultrapassar os 2.200 euros.

O que vier a ser aproveitado será prescrito de novo à mesma pessoa, mas entretanto a doente já foi retirada do programa de entrega de proximidade. Deixa de receber os medicamentos na área da residência e fica sob controlo mais apertado.

A utente em causa não quis gravar entrevista, mas confirmou ser dela a medicação. À SIC disse ainda que o desnorte foi causado pela difícil situação conjugal que findou entretanto.

Nestes casos, a política não é de penalização, mas de reconciliação dos doentes com o tratamento. Os doentes assinam um termo de responsabilidade, mas até hoje, pelo menos em Coimbra, nunca foi levantada qualquer contra-ordenação ou se exigiu o pagamento das perdas.

Madalena Ferreira/Ricardo Venâncio/Paulo Gabriel/SIC Notícias