Instituição liderada por Christine Lagarde teve um dia recheado. Divulgação de previsões foi penalizadora para os planos do Governo socialista e lançou o pessimismo nos quatro cantos do mundo.
A expectativa socialista de um crescimento português de 1,8% este ano e a manutenção da tendência até 2021 foi deitada por terra pelo FMI, num dia recheado de dados preocupantes. Um dos três membros da troika do resgate externo reviu em baixa as previsões para a economia nacional, além de mostrar um cartão vermelho ao objetivo de défice assumido por António Costa e Mário Centeno.
Para o FMI, a produção portuguesa deverá aumentar apenas 1,4% em 2016 e cair progressivamente de ritmo até 2021, com impactos claros em vários setores: o emprego vai recuperar mais lentamente, as exportações vão continuar a abrandar e a inflação vai começar a tropeçar apesar de continuar positiva.
A previsão de uma taxa de desemprego de 11,6% para o final deste ano, de um saldo de contas externas de 0,9% do PIB e de uma inflação de 0,7% ficam bem abaixo das expectativas do Executivo português, e lançam uma sombra sobre o ambicioso plano de recuperação económica.
Para piorar a realidade orçamental, o FMI avisa que será quase impossível cumprir o objetivo de um défice máximo de 2,2% do PIB com a atual conjugação de dificuldades na economia portuguesa. A incapacidade de controlar as despesas é uma das principais preocupações do Fundo Monetário, que prevê uma repetição dos défices orçamentais até 2021, pelo menos.
Mesmo com as contas a acumularem perdas todos os anos, a dívida pública deverá continuar a diminuir graças às trocas de Obrigações com elevadas taxas de juro por títulos de custo mais baixo para os cofres do Estado. Ainda assim, o peso da dívida vai cair a um ritmo mais lento do que inicialmente esperado, mantendo-se acima dos 120% do PIB em todo o horizonte das previsões do FMI.
Fonte: noticiasaominuto