04.6.2023 –
Matias é um dos muitos cidadãos argentinos que este ano vigiam as praias portuguesas embarcando numa aventura “para deixar fluir”, como as águas do mar que observa num país do qual pouco sabia, mas que sonhou um dia conhecer.
“Sou de Buenos Aires, tenho 30 anos e estou em Portugal há um mês para uma temporada de praia compartilhada com portugueses, brasileiros e argentinos”, explicou Matias, em declarações à agência Lusa.
A falta de nadadores-salvadores portugueses para a vigilância das praias tem sido uma dificuldade nos últimos anos, colmatada com a contratação de estrangeiros – primeiro brasileiros, mas recentemente também argentinos.
Matias, que no seu país é chamado de guarda-vidas, é uma dessas recentes contratações, exercendo vigilância na praia da Morena, na Costa da Caparica, no concelho de Almada (distrito de Setúbal), depois de uma formação que permitiu a equivalência do seu título argentino.
É a primeira vez que vem à Europa e, apesar de considerar que o salário é melhor do que aquele que ganha no seu país (cerca de 1.250 euros), deparou-se com um custo de vida elevado, mas que acaba por ser amortecido pela entreajuda entre “companheiros” também eles argentinos com quem compartilha uma casa alugada perto da Costa da Caparica.
A estreia de Matias contrasta com a repetição da experiência de Fábio André da Silva, um cidadão brasileiro de 50 anos que fez a época balnear de 2022 em Portugal e que regressou este ano para mais uma comissão.
“Sou guarda-vidas desde 2005. Trabalhei na época passada em Portugal, retornei ao Brasil, onde fiz a temporada de verão, e agora estou de volta”, explicou.
Fábio é do estado de Santa Catarina, trabalhando lá na praia de Palmas, em Governador Celso Ramos, um município vizinho de Florianópolis onde o mar costuma ser bastante agitado.