Muitas vezes pergunto-me o que leva as pessoas a “usarem-se umas às outras”?

Certamente que isso já lhe aconteceu ao menos uma vez,a caro leitor!

Conhecemos pessoas, criamos amizades sinceras, estreitamos laços, doamos o nosso tempo, investindo numa relação que parece ser igual para ambos os lados…

E aí, vem a decepção!

Demos tudo de nós para fazer alguém sorrir, ajudamos a “levantar” o moral desta pessoa quando ela necessitava, tratámos de mostrar-lhe a importância que tem para as outras pessoas… e aí, quando somos nós a necessitar desse apoio, não temos um ombro amigo à nossa espera do lado de lá!

Não se trata de darmos estando à espera de receber algo em troca: trata-se de humanidade, de VERDADEIRA amizade… aquela que nos mostra aquilo que nós mostramos ao “outro”: que somos gente, também!

Por isso, este texto é um grito de revolta.

Contra o abuso.

Contra o fingimento.

Contra a desumanidade.

Sim! É desumano não recebermos sequer uma mensagem no telemóvel, ou uma simples ligação, a mostrar-nos que se lembram de nós. É desumano sermos ignorados por quem temos uma SINCERA consideração. É desumano precisarmos de alguém que nos ouça – somente isso – e falarmos para as paredes…

Acho que o ser humano está numa altura da sua civilização em que se trocaram muitos dos valores. Claro que não se pode generalizar, pois existem imensos corações prontos a sentir o coração do seu semelhante… mas, a minha questão é para aqueles que pensam que do lado de lá não existe também “alguém” que mereça um pouco da sua disponibilidade.

É que, não adianta pensarmos que sentimos algo de bom por uma pessoa: é preciso que esta pessoa SAIBA DISTO!