Ministro das Finanças responsabiliza Passos e Portas. Foi aprovado OE retificativo para acomodar “buraco” do Banif.
O ministro das Finanças diz que o dinheiro para a resolução do Banif sairá do Orçamento deste ano. Os 2,255 milhões de euros de apoio público vão, por isso, aumentar o défice em mais de 1 ponto percentual” ficando perto dos 4%. É o que “decorre da alteração da proposta de retificação, 2,2 mil milhões de euros”. Mário Centeno garantiu, no entanto, que a subida não terá impacto no “procedimento de défices excessivos, dada a natureza da operação.”
“Foi aprovado no Conselho de Ministros a alteração do Orçamento de Estado que inclui um pacote de ajuda estatal de 2,2 mil milhões de euros, que permitem injeções de capital no Banif no montante de 1.766 milhões de euros, e um empréstimo ao Fundo de Resolução de 489 milhões”, explicou Mário Centeno. Dos 1.766 milhões, explicou o ministro das Finanças, “750 milhões são a garantia e os 1.066 são a injeção no Banif, que se prende com o desequilíbrio que existia no Banif”
Mário Centeno apontou responsabilidades ao anterior governo sublinhando que ocorreram “factos como o fecho do programa de ajustamento (maio de 2014) e as eleições (4 de outubro de 2015)” e que isso revela “alguma evidência que a não atuação estará associada a estes factos”.
E os funcionários do Banif? Centeno diz que os “direitos laborais” dos que passam para o Santander serão “respeitados”. Mas não se comprometeu em relação aos restantes – os que ficam sob alçada do veículo de gestão de ativos – dizendo que será no “contexto” de um processo de reestruturação que serão “tomadas as decisões”.
Bancos apanhados de surpresa
Segundo o Expresso, os bancos – que constituem o Fundo de Resolução – não sabiam que teriam de colocar mais 489 milhões de euros para ajudar a resolver o caso Banif. A associação Portuguesa de Bancos já teve esta manhã uma reunião e “aguarda que o Governo e/ou o Banco de Portugal a contactem sobre a decisão tomada em relação ao Banif e seus contornos”.
O Fundo de Resolução é uma entidade pública gerida pelo Banco de Portugal financiada pelos bancos. Este fundo já detém o Novo Banco que também está para venda.
De acordo com o supervisor, do apoio público de 2255 milhões, 489 milhões chegam do Fundo de Resolução e 1766 milhões diretamente pelo Estado. Os 489 milhões vão agravar a fatura dos bancos para quase 5 mil milhões de euros – somam aos 4,5 mil milhões que já têm de pagar por causa da resolução do BES que criou o Novo Banco.
Fonte: DN
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