Catarina Martins acusa o Governo de falhar no SNS quando o país mais precisou dele.
“Este OE falha na questão mais importante do nosso tempo. Não dá a Portugal a garantia de que teremos os técnicos e as condições suficientes para que os hospitais nos protejam. Quando tudo se pede ao SNS, este Orçamento não tem o bom senso de o proteger”, justificou a líder bloquista.
“O BE nunca traçou linhas vermelhas, traçou prioridades para o país”, garante. Numa intervenção em Lisboa, a líder do partido sublinhou que o partido deu “todo o apoio ao Governo de que este precisou” para combater a pandemia mas que, no OE2021, quer “bom senso”
Catarina Martins reforça que o BE fechou um acordo com o Governo em dezembro passado para reforçar os meios do SNS porque, mesmo sem prever a Covid-19, eram conhecidas dificuldades no sistema de saúde.
“Esse acordo não foi cumprido”, lamenta a coordenadora. “No momento em que o reforço do SNS era mais necessário, o Governo falhou”, lamenta Catarina Martins, que quer o SNS “reconstruído na base com mais médicos, enfermeiros e técnicos dedicados à saúde pública e ao cuidado pelas pessoas”.
“Ou é em 2021 que salvamos o SNS, quando temos margem financeira para a sua grande reconstrução, ou aceitamos a doença que o vai consumir”, atirou.
“Também vos quero dizer que consideramos que, ao longo das negociações, houve desenvolvimentos”, reconheceu Catarina Martins, que recusa fazer um “jogo de culpas”.
“Não foi possível um acordo para um plano sólido que salvaguarde o SNS”, lamenta Catarina Martins, que diz que não há garantias de que o reforço da saúde esteja assegurado.
“Um orçamento que falha ao país não tem o voto do Bloco de Esquerda”, rematou. “Precisamos de um Orçamento competente, de uma governação determinada, de convergência política e de um diálogo aberto capaz de produzir escolhas fortes.”
Gonçalo Teles / TSF
Imagem: © José Sena Goulão/Lusa
OBloco de Esquerda anunciou, este domingo, que vai votar contra a proposta de Orçamento do Estado para 2021 “tal como ela está formulada”. O anúncio foi feito pela coordenadora do partido, Catarina Martins, que adiantou que a decisão de chumbar o documento foi tomada “por unanimidade” pela mesa nacional do partido.